A comiss�o parlamentar de inqu�rito (CPI) mista que investiga o empres�rio de jogos de azar, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, deve ouvir nesta semana sete pessoas envolvidas no esquema. Entre os depoentes convocados est� o pr�prio bicheiro, que pode n�o comparecer � CPI amanh�. Seu advogado, M�rcio Thomaz Bastos, entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que ele s� compare�a � comiss�o nas pr�ximas tr�s semanas. Al�m de Cachoeira, ser�o ouvidos seus principais assessores, incluindo o ex-sargento da Aeron�utica Idalberto Matias de Ara�jo, o Dad�, considerado o respons�vel pela espionagem do grupo.
Para a quinta-feira est�o marcados os depoimentos de Dad�, Lenine Ara�jo de Souza, Jairo Martins de Souza, Jos� Ol�mpio de Queiroga Neto, Gleyb Ferreira da Cruz e Vladmir Henrique Garcez. Todos eles fazem parte da organiza��o criminosa, segundo relat�rios da Opera��o Monte Carlo, desencadeada em 29 de fevereiro pela Pol�cia Federal. Dad� e Jairo atuavam na �rea de espionagem. O ex-sargento tamb�m tinha a fun��o de recrutar policiais civis, militares e federais para atuarem com o grupo, fornecendo informa��es sobre opera��es contra ca�a-n�queis, principal �rea de Cachoeira.
Lenine foi apontado pela PF como o gerente e contador de Cachoeira, mesma fun��o desempenhada por Ol�mpio Queiroga no entorno de Bras�lia. Al�m disso, ele seria o respons�vel pelo pagamento de propinas. O ex-vereador de Goi�nia Wladmir Garcez era a ponte entre o bicheiro e servidores p�blicos, e Gleyb Ferreira da Cruz seria laranja e um de seus principais assessores. Todas as seis pessoas arroladas pela CPI s�o citadas e participam de conversas gravadas pela Pol�cia Federal com autoriza��o judicial.
Procurador-geral
A comiss�o deve receber nesta semana as respostas do procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, dos questionamentos feitos pelos parlamentares na quinta-feira. Em um primeiro momento, deputados e senadores queriam a convoca��o de Gurgel, mas limitaram-se a enviar duas perguntas a ele: em que data e circunst�ncias chegaram � Procuradoria Geral os inqu�ritos das Opera��es Vegas e Monte Carlo e quais foram as provid�ncias adotadas por ele. A decis�o de n�o convocar o procurador foi tomada ap�s um acordo feito entre os parlamentares, que n�o votaram tamb�m requerimentos para convocar governadores.
Gurgel passou a ser questionado a partir do momento em que o delegado Matheus Mella Rodrigues disse, em depoimento � CPI, que a Opera��o Monte Carlo foi desencadeada para acabar com ca�as-n�queis em Valpara�so de Goi�s, motivada pela Opera��o Vegas – que teve a mesma finalidade –, realizada em 2009, cujo processo estava parado na PGR.
Agonia pol�tica
Desde que foi envolvido no esc�ndalo Carlos Cachoeira, o senador Dem�stenes Torres perdeu o posto de l�der, o partido e 11 cargos que mantinha na lideran�a da minoria do Senado e no gabinete da lideran�a do DEM. Aos poucos, o parlamentar ainda assiste � desidrata��o de seu gabinete em Bras�lia. Em fevereiro, antes de ser flagrado prestando pequenos favores ao contraventor, o gabinete de Dem�stenes tinha 23 funcion�rios, e o escrit�rio de apoio em Goi�nia 26. Os funcion�rios antecipam a possibilidade de o senador perder o mandato e buscam outros empregos. O gabinete, que h� dois meses tinha 23, pessoas agora tem 13, de acordo com relat�rio de pessoal da p�gina de transpar�ncia do Senado. Na tarde de quinta-feira, a reportagem encontrou apenas seis dos 26 funcion�rios do escrit�rio de Goi�nia, que funciona em um im�vel sem identifica��o. A placa de quatro metros quadrados com o nome e o rosto do senador, que antes ficava na fachada, agora est� jogada nos fundos do im�vel, suja e pichada. H� uma semana, segundo um funcion�rio do escrit�rio, a placa foi depredada, mas n�o h� previs�o de quando um novo cartaz ser� afixado.