Bras�lia - O advogado Leonardo Gagno – que defende o sargento da Aeron�utica Idalberto Matias de Ara�jo, conhecido como Dad�, e o jornalista Jairo Martins de Souza – informou nesta quinta-feira que os dois trabalhavam para o empres�rio Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, levantando informa��es e abastecendo ve�culos de comunica��o.
"O trabalho deles era pesquisar, saber das informa��es sempre referente a not�cias. O Dad� levantava informa��es pelo perfil de servidor militar dele. [Jairo Martins de Souza] tamb�m investigava essas informa��es, at� pelo perfil dele de jornalista investigativo. Eles s�o treinados para isso e s�o pessoas conhecidas no meio jornal�stico", disse o advogado.
Os depoimentos de Dad� e de Jairo Martins est�o previsto para hoje na Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) do Cachoeira. No entanto, segundo a defesa, eles permanecer�o calados.
Dad� foi flagrado em v�rias intercepta��es telef�nicas feitas pela Pol�cia Federal e � acusado de ser espi�o do grupo. Al�m disso, ele � suspeito de arregimentar policiais federais, civis e militares para as atividades na organiza��o criminosa. O inqu�rito da Pol�cia Federal tamb�m aponta que ele tamb�m atuava na promo��o dos sites de aposta eletr�nica da organiza��o e nas frentes de fechamento de bingos rivais.
Cachoeira � investigado por comandar uma rede criminosa que cooptava agentes p�blicos e privados. Ele tamb�m � suspeito de liderar uma rede de jogos ilegais. Os inqu�ritos policiais apontam crimes de contrabando, lavagem de dinheiro, evas�o de divisas, peculato, viola��o de sigilo e forma��o de quadrilha que teriam sido praticados pelo grupo.
De acordo com Leonardo Gagno, Dad� e Jairo Martins disseram n�o ter conhecimento sobre as atividades ilegais de Cachoeira, apesar da rela��o de "amizade" e "profissional" existente entre eles. "A rela��o que existia entre Dad�, Jairo e Cachoeira era de amizade e profissional. Os dois trabalhavam no levantamento de informa��es. Quanto a atividades il�citas, isso depende do ponto de vista da sociedade. O jogo � moral para n�s, mas � ilegal no Brasil. Eles n�o tinham conhecimento de outras atividades do Carlos Cachoeira", defendeu.
O advogado negou ainda que Dad� e Jairo Martins teriam atuado no levantamento de informa��es por meios ilegais, como escuta clandestinas e vazamento de documentos sigilosos. "Eles n�o eram arapongas", disse. "Pelo que vi, essas informa��es n�o eram sigilosas, qualquer advogado, qualquer pessoa atuante pode ter oferecido essas informa��es a eles", destacou.
"Dad� foi treinado na Presid�ncia [da Rep�blica] e na Abin [Ag�ncia Brasileira de Informa��o] para detectar escutas ambientais e telef�nicas. Essa hist�ria de que ele � um araponga, que mantinha grampos, n�o � verdadeira", destacou.