
Bras�lia – O PSDB fez um balan�o dos primeiros trabalhos da CPI criada para investigar os elos do bicheiro Carlinhos Cachoeira e chegou � conclus�o que, at� agora, o partido � o maior prejudicado. E para proteger o governador de Goi�s, Marconi Perillo (PSDB), os tucanos v�o abrir m�o de parte da investiga��o. Em vez de trabalhar para aprovar requerimentos de convoca��es de integrantes e de envolvidos com a quadrilha de Cachoeira, os correligion�rios de Perillo apostam no aprofundamento de dados do inqu�rito enfatizando � participa��o da Delta Constru��es em �mbito nacional e a influ�ncia do bicheiro em �rg�os do governo federal. Na outra ponta, PT e PMDB pretendem se unir para isolar os tucanos na comiss�o e for�ar a convoca��o de Perillo antes dos demais governadores: Agnelo Queiroz (PT-DF) e S�rgio Cabral Filho (PMDB-RJ). Os dois partidos pretendem utilizar a maioria que t�m na comiss�o para expor o governador de Goi�s. Requerimentos pedindo a convoca��o dos chefes de Executivo ser�o votados na ter�a-feira.
Na manh� dessa quinta-feira, 11 tucanos – quatro senadores e sete deputados – se encontraram �s 7h30 no cafezinho do Senado para combinar estrat�gia de condu��o do depoimento de comparsas de Cachoeira na CPI e de participa��o na sess�o administrativa de vota��o de requerimentos para evitar a convoca��o de Perillo. A conversa secreta foi municiada por um envelope repleto de documentos elaborados pela assessoria parlamentar da C�mara com informa��es que pudessem ampliar para o plano nacional as quest�es direcionadas aos comparsas de Cachoeira que atuavam em Goi�s.
No encontro, os parlamentares chegaram ao consenso de que os depoimentos de integrantes da quadrilha tendem a fragilizar mais a situa��o de Perillo do que de outros envolvidos. Citaram o exemplo do ex-vereador Wladimir Garcez. Apesar de o ex-presidente da C�mara Municipal de Goi�nia ter sido flagrado fazendo lobby para empresas farmac�uticas de Cachoeira, � a hist�ria do suposto pagamento da casa do governador com cheques da Delta, informa��o dada por Garcez, que prevalece no notici�rio.
Ao Estado de Minas, um dos parlamentares que participaram da reuni�o dessa quinta-feira afirmou que o objetivo do partido agora � “come�ar a fechar o cerco pelos depoimentos”. Se for para aprovar requerimento de depoente que possa provocar mais problemas a Perillo, os tucanos n�o t�m interesse. O senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), um dos que madrugaram nessa quinta-feira no Senado para a reuni�o, contou que os tucanos se encontraram para combinar perguntas para o depoimento do ex-vereador, do araponga Idalberto Matias, o Dad�, e Jairo Martins.
A pol�mica do requerimento de convoca��o dos governadores s� pode ser contornada se a comiss�o aprovar requerimento dando prefer�ncia a texto do l�der do PSDB, senador Alvaro Dias (PR) que lista o nome dos tr�s chefes de Executivo no mesmo documento, para que o tucano n�o seja o �nico a depor. O parlamentar nega que o encontro no cafezinho do Senado tenha sido uma reuni�o institucional do PSDB para discutir a atua��o na CPI. “Pode ter tido encontro de alguns, mas n�o foi uma reuni�o de lideran�a.”
Estrat�gia PT-PMDB
A estrat�gia dos dois maiores partidos na CPI – o PT e o PMDB – tamb�m foi acertada nessa quinta-feira. O PMDB estava incomodado com a disposi��o de alguns petistas de convocar o governador do Rio, S�rgio Cabral Filho, e amea�ava n�o aprovar a convoca��o de Perillo. “N�o aceitamos que o Cabral seja usado como moeda de troca”, amea�ou o deputado Eduardo Cunha (RJ), vice-l�der do PMDB na C�mara. Os petistas entenderam o recado e firmaram a parceria.
Durante a sess�o dessa quinta-feira, a polariza��o PT-PSDB atingiu um grau ainda n�o visto desde que os trabalhos da CPI tiveram in�cio. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) atacou o relator Odair Cunha (PT-MG), reclamando que, durante o depoimento do ex-vereador Wladimir Garcez, 19 das 20 perguntas eram sobre o envolvimento de Perillo com o contraventor. “O senhor n�o est� agindo como um magistrado”, criticou Sampaio.
Odair Cunha disse que estava agindo com isen��o e que as perguntas foram motivadas pelo fato de Garcez ser filiado ao PSDB e ter uma estreita rela��o com o governador goiano.