O senador Fernando Collor (PTB-AL) afirmou, em discurso no plen�rio nesta sexta-feira, que a resposta por escrito enviada pelo procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, � CPI do Cachoeira comprova, de maneira "cabal", crime de prevarica��o. Quarta-feira � noite, Gurgel afirmou � comiss�o que a Opera��o Monte Carlo demonstrou corre��o ao segurar, em 2009, uma investiga��o que apontava o envolvimento de parlamentares com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
A Monte Carlo, deflagrada no final de fevereiro pela Pol�cia Federal, revelou, na avalia��o de Gurgel, ind�cios para pedir a abertura de inqu�rito no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o senador Dem�stenes Torres e tr�s deputados federais - elementos que n�o havia h� tr�s anos, quando recebeu a Opera��o Vegas.
O senador disse que se Gurgel n�o tinha ind�cios contra pessoas de foro privilegiado, ele tinha as alternativas de pedir dilig�ncias, buscar mais informa��es, arquivar o caso em 15 dias segundo o C�digo de Processo Civil, ou devolver o caso para a Justi�a de primeira inst�ncia. Collor disse que a atua��o do procurador-geral foi "criminosa".
"O fato � que o senhor Roberto Gurgel nada sobrestou; ao contr�rio, omitiu-se ou prevaricou, falhou com a verdade, ao afirmar a necessidade de se retomarem as intercepta��es telef�nicas e outras dilig�ncias", afirmou. "No engavetamento da Opera��o Vegas, sem as formalidades legais, ou seja, com despacho de arquivamento, o procurador agiu de forma criminosa, j� que um membro do Minist�rio P�blico que atua em qualquer entr�ncia ou inst�ncia tem de agir nos estritos limites da legalidade", disse.
No discurso, Collor lembrou que os delegados respons�veis pelas opera��es Vegas e Monte Carlo disseram que as duas investiga��es ao contr�rio do que afirmou Gurgel, n�o tem liga��es entre si. O senador j� apresentou pedidos de convoca��o do procurador-geral e da mulher dele, a subprocuradora Cl�udia Sampaio. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a subprocuradora disse que o MP tomou em conjunto com a PF a decis�o de "segurar" a opera��o Vegas.