Em reuni�o com a Corregedora Nacional de Justi�a, Eliana Calmon, o juiz federal Paulo Moreira Lima, que deixou a frente do processo contra o contraventor Carlinhos Cachoeira, confirmou as amea�as veladas que vinha sofrendo e afirmou que n�o tinha mais condi��es de permanecer no controle do caso. Calmon pedir� � Pol�cia Federal que garanta prote��o ao magistrado e acompanhe, a partir de agora, o juiz que foi designado para julgar a causa - Alderico Rocha Santos.
Mesmo andando com carro blindado, sob vigil�ncia da Pol�cia Federal e armado, o juiz disse � ministra Eliana Calmon que as amea�as o impediam de permanecer como juiz do processo. A situa��o chegou ao limite, conforme o relato, quando policiais foram � casa de seus pais dizendo que queriam conversar sobre o processo.
"Naturalmente que o juiz deu as raz�es dele. Disse que se sentia cansado, se sentia realmente extenuado e que gostaria de sair", afirmou Eliana Calmon. Mant�-lo no processo depois de tudo, disse ela, seria um "ato de desumanidade". "Eu entendo que sai n�o por fragilidade, n�o por covardia, n�o porque ele esteja com medo. Ela sai porque ele quer efetivamente descansar disso tudo, dessa notoriedade", afirmou.
Paulo Moreira Lima j� havia indicado ao CNJ, em mar�o, que suspeitava de poss�veis amea�as. Ele afirmou para a Corregedoria que integrantes do grupo sabiam da exist�ncia da opera��o e estavam movimentando a m�quina que tinham � disposi��o na tentativa de minar as investiga��es.
Um dos aliados de Cachoeira, Ol�mpio Queiroga, foi flagrado em conversa telef�nica tratando da opera��o antes de deflagrada. Queiroga, ressaltou o magistrado, "� mencionado em dez inqu�ritos policiais decido a crimes diversos, � acusado de homic�dio, cont�m quatro armas registradas em seu nome, al�m de ter sido citado na CPI do Narcotr�fico".
Participaram da reuni�o desta quarta o ex-corregedor do Tribunal Regional Federal da 1ª Regi�o C�ndido Ribeiro, o presidente da Associa��o dos Ju�zes Federais (Ajufe), Nino Toldo, e o juiz federal Le�o Aparecido Alves, que herdaria o comando do processo mas que se declarou suspeito por ter liga��es pessoais com investigados.