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Estado de Minas

T�tica no PT sobre mensal�o � negar at� o fim

Candidatos petistas s�o orientados pela dire��o do partido a adotar o mesmo discurso quando surgir o tema mensal�o


postado em 05/08/2012 07:01 / atualizado em 05/08/2012 15:15

Bras�lia – Principal partido envolvido no esc�ndalo do mensal�o em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o PT blindou-se para evitar que o caso atrapalhe os candidatos nas elei��es municipais de outubro. Para facilitar a tarefa, o discurso foi unificado e a linha mestra do racioc�nio foi dado no v�deo divulgado pelo presidente do partido, Rui Falc�o, na sexta-feira, 27 de junho. "N�o houve mensal�o, n�o foram utilizados recursos p�blicos no epis�dio, nenhum petista se beneficiou de qualquer recurso para fins pessoais e nenhum deles se enriqueceu."

O mantra deve ser utilizado, segundo petistas ouvidos pelo Estado de Minas, por candidatos do partido "de norte a sul, de leste a oeste". Desde que o tema seja suscitado nas elei��es. Caso contr�rio, o PT quer � debater ideias, propostas de governo e fingir que n�o tem nada a ver com a discuss�o que est� sendo travada no STF.

Essa � a t�tica, por exemplo, do deputado Jo�o Paulo Cunha (PT-SP). R�u do mensal�o sob a acusa��o de ter pego R$ 50 mil por interm�dio das ag�ncias de Marcos Val�rio, Jo�o Paulo ainda n�o foi confrontado pelos advers�rios na disputa pela Prefeitura de Osasco (SP). Enquanto isso, vai planejando o transporte urbano e mostrando o que pretende fazer para dar continuidade aos oito anos da gest�o petista de Em�dio de Souza no munic�pio.

O PT conta, por enquanto, com o benef�cio de uma aparente tr�gua em diversos munic�pios. No primeiro debate televisivo realizado em S�o Paulo, Fernando Haddad – que patina em �ndices p�fios de inten��o de voto – foi poupado tanto pelo tucano Jos� Serra quanto pelo candidato do PRB, Celso Russomano. Quem cobrou um discurso �tico do candidato do PT foi o candidato do PSOL, Carlos Gianazi. Haddad se esquivou.

Na �ltima segunda-feira, dia 30, o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva se reuniu com candidatos petistas nas cidades com mais de 150 mil habitantes. Tirou fotos coletivas e individuais, mas n�o discursou nem fez qualquer men��o "� farsa montada pelas elites", como ele costumava dizer ao longo do segundo mandato e depois que deixou a Presid�ncia, sucedido pela presidente Dilma Rousseff.

No dia em que o julgamento come�ou no STF, Lula foi questionado se acompanharia o debate travado pelos advogados, pelo Minist�rio P�blico e pelos 11 ministros do STF. "Eu tenho mais o que fazer, vou trabalhar". Depois, completou que estava mais interessado em acompanhar as Olimp�adas e a Carminha (personagem de Adriana Esteves na novela Avenida Brasil).

Um dos mais fi�is escudeiros do PT e do ex-presidente Lula, o deputado Devanir Ribeiro lembra que o esc�ndalo do mensal�o foi julgado pela popula��o em 2006 – durante as elei��es presidenciais que reelegeram Lula para a Presid�ncia da Rep�blica. Mas, apesar disso, ele admite que o processo for�ou a renova��o dos quadros no PT, especialmente no diret�rio paulista. "O mensal�o abateu Dirceu (Jos� Dirceu), Luiz Gushiken, Jos� Genoino. Depois, ainda perdemos o Antonio Palocci", recorda.

Devanir acrescentou que a pr�pria elei��o do Diret�rio Nacional do PT naquele ano de 2005 j� apresentou uma mudan�a, com a ascens�o de Ricardo Berzoini � presid�ncia do partido, em substitui��o ao atual governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. "Em outros estados, essa renova��o ocorreu naturalmente, com Genro, Wagner (Jaques Wagner, governador da Bahia) e D�da (Marcelo D�da, governador de Sergipe)", completou.

Em S�o Paulo, de acordo com Devanir, essa renova��o culminou com a indica��o de Fernando Haddad � prefeitura da capital. Outros nomes que surgiram p�s-mensal�o s�o o prefeito de S�o Bernardo, Luiz Marinho, o atual prefeito de Osasco, Em�dio de Souza e o ex-prefeito de S�o Carlos e deputado federal Newton Lima.

Embates e crise em 2006

O esc�ndalo do mensal�o abalou a reelei��o do ex-presidente Lula em 2006. O momento mais agudo da crise foi quando o publicit�rio Duda Mendon�a, que fizera a campanha vitoriosa do petista em 2002, foi � CPI dos Correios e admitiu ter recebido dinheiro de caixa 2. "Era assim ou n�o receber", disse ele. V�rios petistas come�aram a choramingar pelo Congresso e a oposi��o chegou a pensar em um processo de impeachment. Desistiu porque percebeu que n�o teria for�as para promover manifesta��es de rua.

Lula pensou em desistir da reelei��o. Disse isso a pessoas mais pr�ximas. Pensou em indicar Antonio Palocci, ent�o ministro da Fazenda e em um momento pr�-caseiro Francenildo, como o candidato do PT. Palocci n�o quis, ganhou pontos com o chefe. Lula ent�o montou a estrat�gia que se mostraria vitoriosa. Foi �s ruas, viajou pelo Brasil, para mostrar a for�a do PT.

Foi nesse momento que se exacerbou a raiva que ele tinha do PFL, posterior DEM. O ent�o presidente da legenda, Jorge Bornhausen, disse que era o momento de "exterminar essa ra�a", numa refer�ncia ao PT. Em 2010, Lula viajou para Santa Catarina durante as elei��es para governador e devolveu a frase. Raimundo Colombo acabou sendo eleito, mas abandonou o DEM e virou PSD, legenda governista presidida pelo prefeito de S�o Paulo, Gilberto Kassab.

Lula recuperou o prest�gio eleitoral e foi para as elei��es de 2006 como favorito na disputa com o ex-governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin. O mensal�o j� n�o era o principal assunto da campanha, e sim, a privatiza��o das empresas p�blicas. O PT carimbou no candidato tucano a pecha de privatista.

Aloprados


Tudo ia bem at� que, em 15 de setembro de 2006, o empres�rio e tesoureiro de campanha do PT em Mato Grosso em 2004, filiado ao partido desde agosto de 2004, Valdebran Padilha da Silva, e o ex-agente da Pol�cia Federal e advogado do PT Gedimar Pereira Passos foram presos no Hotel Ibis, em S�o Paulo, com R$ 1,7 milh�o em dinheiro vivo, acusados de tentar comprar um dossi� contra o candidato do PSDB ao governo de S�o Paulo, Jos� Serra. Lula, que classificou os autores do dossi� como aloprados, teve que disputar o segundo turno, mas acabou reeleito.


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