O procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, disse nessa sexta-feira que foi sofreu todo o tipo de press�o enquanto preparava as alega��es finais do caso mensal�o. Apesar de n�o informar quem o pressionou, disse que houve tentativa de constrangimento. Gurgel falou com a imprensa ap�s expor por quase cinco horas a pe�a de acusa��o durante o segundo dia de julgamento do mensal�o no Supremo Tribunal Federal (STF).
Questionado sobre a falta de provas contra os r�us, o procurador-geral disse que todas as acusa��es s�o s�lidas e constam dos autos. Segundo ele, as provas contra o ex-ministro chefe da Casa Civil Jos� Dirceu s�o contundentes. “Jamais se pode exigir do chefe da quadrilha a mesma natureza e as mesmas caracter�sticas das provas daquelas pessoas que est�o nos est�gios anteriores da quadrilha. Jos� Dirceu foi a principal figura, o mentor, o grande protagonista do mensal�o. Foi ele quem idealizou o sistema il�cito”.
Gurgel ressaltou ainda que h� provas documentais que incriminam os ex-dirigentes do Banco Rural citados no processo. “� minuciosa [a prova]. H� documentos a respeito de tudo, comprovando a gest�o temer�ria, a lavagem de dinheiro. N�o consigo dizer que tenha fantasiado qualquer coisa em rela��o a qualquer acusado”.
Segundo o procurador-geral, o Minist�rio P�blico quer a condena��o de 36 dos 38 r�us e a expedi��o de mandados de pris�o cab�veis. “O mais importante � que o STF, com o ju�zo condenat�rio diga de uma vez por todas que esse tipo de pr�tica precisa acabar no pa�s”.
Ao concluir a sustenta��o de acusa��o no segundo dia de julgamento, Roberto Gurgel citou trecho da m�sica Vai Passar, de Chico Buarque. "Dormia, a nossa p�tria m�e t�o distra�da, sem perceber que era subtra�da, em tenebrosas transa��es".