Bras�lia – Trazer para o meio do esc�ndalo figuras que ficaram de fora da den�ncia da Procuradoria Geral da Rep�blica � uma das estrat�gias de defesa dos r�us do mensal�o. Al�m dos questionamentos a respeito da aus�ncia do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva na pe�a acusat�ria, apresentados pelos advogados de Ant�nio e Jacinto Lamas na sexta-feira, outros defensores tamb�m perguntam ao STF por que pessoas supostamente envolvidas com o caso n�o foram denunciadas pela PGR. Um dos nomes mais recorrentes nas defesas dos r�us do mensal�o � o do doleiro e corretor de valores L�cio Bolonha Funaro. Ele � apontado como dono de uma empresa especializada em lavagem de dinheiro, a Garanhuns Empreendimentos, que teria sido usada no esquema.
Funaro e seu suposto laranja, Jos� Carlos Batista, fizeram acordo de dela��o premiada com o Minist�rio P�blico e escaparam do maior julgamento da hist�ria do STF. Mas segundo a Procuradoria Geral da Rep�blica, a empresa Guaranhuns Empreendimentos, de propriedade de Funaro, seria especializada em lavagem de dinheiro e teria sido usada no esquema do mensal�o. “As provas que instruem os autos desta a��o penal comprovaram que Valdemar Costa Neto e Jacinto Lamas, valendo-se do servi�o profissional de L�cio Bolonha Funaro e de Jos� Carlos Batista, da Guaranhuns Empreendimentos, arrecadaram R$ 6 milh�es por meio de 63 opera��es de lavagem de dinheiro”, afirma o procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, em suas alega��es finais. A PGR diz que a Garanhuns teria feito um contrato falso com uma empresa de Marcos Val�rio para justificar o repasse do dinheiro a parlamentares.
S�cios da corretora B�nus Banval e acusados de lavagem de dinheiro e de forma��o de quadrilha, os r�us Enivaldo Quadrado e Breno Fishberg s�o alguns dos que mais citam L�cio Funaro. O advogado que representa Enivaldo e Breno, Ant�nio S�rgio de Moraes Pitombo, criticou a PGR por deixar Funaro de fora da den�ncia. “No presente processo, deixou-se de acusar L�cio Bolonha Funaro, cujo nome foi mencionado no inqu�rito policial.” O defensor dos representantes da corretora faz duras cr�ticas ao fato de o MP ter poupado Funaro e seu s�cio. Outro r�u do mensal�o que tenta trazer Funaro e Batista para o olho do furac�o � o deputado Valdemar Costa Neto. A PGR acredita que parte dos recursos repassados ao antigo PL de Valdemar passou pela Garanhuns Empreendimentos. O advogado do parlamentar, Marcelo �vila de Bessa, incluiu em suas alega��es finais cr�ticas ao Minist�rio P�blico e questionamentos acerca dos termos da dela��o premiada dos s�cios da empresa. “N�o se pode entender que L�cio Funaro e Jos� Carlos Batista n�o foram denunciados — muito embora possam ter cometido o suposto crime —, em raz�o da chamada dela��o premiada”, afirma Bessa.
A reportagem procurou a advogada Beatriz Lessa Catta Preta, que representa L�cio Funaro, mas ela n�o retornou as liga��es. A assessoria de imprensa da PGR informou que Funaro e Batista foram denunciados em primeira inst�ncia e respondem a uma a��o penal na Justi�a Federal de S�o Paulo e s�o r�us ainda em a��o de improbidade administrativa em Bras�lia.
Cr�ticas
O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva � outra personalidade que foi citada na �poca do esc�ndalo do mensal�o mas acabou de fora das acusa��es da Procuradoria Geral da Rep�blica. Advogado do presidente do PTB, Roberto Jefferson, Luiz Francisco Barbosa vai subir � tribuna amanh� e promete fazer duras cr�ticas � PGR por ter poupado Lula em sua acusa��o. Para ele, seria imposs�vel que tr�s ministros estivessem envolvidos no esquema sem que o presidente soubesse dos fatos. “Tem uma marchinha de carnaval famosa que diz ‘zum-zum-zum, est� faltando um’. � isso que eu vou mostrar na minha sustenta��o.”
Apesar de n�o ter citado o ex-presidente em sua sustenta��o oral, o advogado Marcelo Leonardo, que representa o empres�rio Marcos Val�rio, tamb�m fez men��es � aus�ncia de Lula nas den�ncias em suas alega��es finais entregues ao Supremo. Outro a questionar a aus�ncia de supostos envolvidos na den�ncia do mensal�o foi o advogado Marcelo Leal, que representa o ex-deputado Pedro Corr�a. Ele disse que 16 pessoas foram citadas no esquema por receberem dinheiro, mas n�o acabaram denunciadas ao Supremo.