
"O melhor de ser julgado por um juiz comum ser� fugir desse clima pol�tico que contaminou a Suprema Corte do Brasil. Isso � um circo que j� dura sete anos", afirmou Carlos Alberto Quaglia, em entrevista ao Estado de Minas. Ele ficou "satisfeit�ssimo" com o trabalho da Defensoria P�blica, a que recorreu com a alega��o de n�o ter recursos para pagar um advogado. Segundo Quaglia, ele e a fam�lia vivem com um sal�rio m�nimo em um bairro de classe m�dia de Florian�polis. Mas a maior satisfa��o do argentino foi ouvir do ministro Dias Toffoli que o magistrado o havia considerado inocente. "O ministro disse que, mesmo que n�o anulassem meu processo, ele me absolveria. E afirmou isso a todos, mesmo sem ter a necessidade. Fiquei muito feliz, porque para mim � um reconhecimento da minha inoc�ncia."
Com a remessa do caso para a primeira inst�ncia, ser� preciso designar um juiz para cuidar do processo, mas n�o ser� apresentada uma nova a��o. Para fins de prescri��o dos crimes, conta a data de recebimento da den�ncia pelo Supremo, o que ocorreu em 2007. A Justi�a Federal catarinense ter� que ouvir pelo menos 13 testemunhas novamente. Esse � o total de pessoas que prestaram depoimento contra o acusado sem a presen�a de um representante legal de Carlos Alberto Quaglia.
O Supremo reconheceu publicamente que errou no caso do argentino. O primeiro advogado constitu�do pelo r�u deixou o caso e Quaglia comunicou � Justi�a que tinha outro representante. Mas o STF continuou a intimar o primeiro defensor, o que, no entendimento dos ministros, configurou-se como um cerceamento � defesa de Quaglia. Segundo a Procuradoria Geral da Rep�blica, ele teria uma conta na corretora B�nus Banval, por onde circularam recursos cujos destinat�rios finais foram representantes do PP. O acusado nega todas as den�ncias. "Efetivamente, eu n�o tinha nada a ver com todo esse absurdo desse processo do mensal�o”, afirmou.