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Estado de Minas

Dilma se distancia cada vez mais do jeito Lula de governar

Exemplos n�o faltam: a rela��o com os servidores, a forma de lidar com o Congresso e a ocupa��o de cargos por aliados


postado em 19/08/2012 07:10 / atualizado em 19/08/2012 07:19

(foto: Arte sobre foto de Paulinho Miranda)
(foto: Arte sobre foto de Paulinho Miranda)

A presidente Dilma Rousseff est� cada vez mais � vontade na cadeira presidencial para imprimir um ritmo pr�prio no governo, escapando da asa de seu mentor pol�tico, Luiz In�cio Lula da Silva, e da vig�lia ideol�gica de seu partido, o PT. O pacote de concess�es de estradas e ferrovias anunciado na semana passada � apenas um dos exemplos do distanciamento gerencial imposto pela presidente em rela��o ao seu antecessor. “Sentou naquela cadeira, � prestar contas para a sociedade, n�o para o PT ou para Lula”, disse ao Estado de Minas um petista que integra a ala dilmista.

N�o s�o poucos os pontos de diverg�ncias entre ambos. Cercada por ruidosos sindicalistas que comandam a maior greve do funcionalismo p�blico em muitos anos, Dilma demonstra pouca paci�ncia para uma conversa com os representantes dos trabalhadores, algo que sempre dava prazer a Lula, ele pr�prio oriundo desse meio. “Se dependesse da presidente, ela n�o daria reajuste para ningu�m. Na cabe�a dela, servidor p�blico tem que ser premiado pela meritocracia, n�o por regras anacr�nicas como tempo de servi�o e aposentadoria integral”, declarou um interlocutor da presidente. Dilma tampouco v� problemas em estender as m�os para a iniciativa privada fazer investimentos nas �reas em que o governo federal est� engessado. E ela deu mais um exemplo semana passada, com a amplia��o das concess�es para portos e rodovias.

E ela ainda enfrenta o ci�me dentro do partido. A come�ar pelo fato de tanto Lula quanto uma ala importante no PT jamais abandonar a possibilidade de o ex-presidente candidatar-se em 2014 para um novo mandato. Na semana que passou, a ex-primeira-dama Marisa Let�cia descartou essa hip�tese, afirmando que a vida p�s-Planalto vai muito bem, obrigado. “H� alguns meses, ele falou brincando que, se a Dilma n�o quiser, ele sairia, mas foi uma brincadeira. Ela � quem deve disputar a reelei��o”, afirmou Marisa, em entrevista ao ABCD Maior, jornal de S�o Bernardo do Campo (SP).

� preciso, antes, avisar a incautos filiados � legenda. “Eu n�o sei se a Dilma ser� candidata ou n�o. Se ela estiver mal nas pesquisas de inten��o de voto em 2014, Lula passa a ser a nossa esperan�a para continuarmos no governo federal”, afirmou ao EM um parlamentar com certo grau de influ�ncia no PT e que jamais escondeu preferir Lula a Dilma.

Habilidosa, Dilma n�o rompeu politicamente com Lula. Segundo relato de ministros pr�ximos a ela, os dois ainda se falam praticamente dia sim, dia n�o. Ela segue consultando-o nos momentos delicados, especialmente nas rela��es com os aliados no Congresso. Lula, contudo, por mais de uma vez, teve que defender o direito da presidente de tomar as atitudes que lhe aprouver.

N�CLEO DURO Agora, ela come�a a preparar-se para 2014. Do ponto de vista administrativo, cercou-se de um n�cleo duro composto por Bernardo Figueiredo, indicado para presidir a estatal criada para planejar e comandar os investimentos em log�stica; Nelson Barbosa, secret�rio-executivo da Fazenda; e Nelson Hubner, presidente da Ag�ncia Nacional de Energia El�trica (Aneel). Do lado pol�tico, escolheu outro n�cleo duro, com cinco ministros: Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior); Gleisi Hoffmann (Casa Civil); Paulo Bernardo (Comunica��es); Aloizio Mercadante (Educa��o); Alexandre Padilha (Sa�de). Ocasionalmente, Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) � agregado ao grupo.

Dilma definiu as marcas de sua gest�o. Combate � pobreza – herdada de Lula mas aprofundada com o Brasil Carinhoso; defesa dos direitos do cidad�o, refletida na press�o pela redu��o dos juros e por um servi�o de qualidade na telefonia; e intransig�ncia diante dos chamados malfeitos, que incluem desde rela��es pol�ticas a contatos com setores da iniciativa privada, como a CBF. Tudo para ter o que mostrar daqui a dois anos. “Dilma � candidat�ssima � reelei��o, n�o tem alternativa”, garantiu um integrante do primeiro escal�o.


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