
Antes de iniciar o julgamento das condutas individuais dos r�us, Barbosa fez uma an�lise global das provas referentes ao n�cleo pol�ticos e concluiu: “Apesar de as defesas pretenderem afirmar que o mensal�o foi inven��o de Roberto Jefferson para se defender da acusa��o de cobran�a de propina, percebemos que as acusa��es feitas pelo ex-parlamentar est�o muito distantes de mera vingan�a pol�tica, ainda que esta seja a inten��o inicial", afirmou. O presidente do PTB, Roberto Jefferson, foi o detonador de todo o esc�ndalo ao denunciar o pagamento de propinas, no momento em que era acusado de receb�-las, na CPI dos Correios. “Durante dois anos, o PT distribuiu dinheiro aos parlamentares acusados, em momentos e em valores distintos”, garantiu o relator. Segundo Barbosa, as provas mostraram que o empres�rio Marcos Val�rio, apontado como operador do mensal�o, funcionava como "elo" entre os parlamentares que receberam dinheiro e o PT.
Na sess�o de ontem, Joaquim Barbosa atestou o envolvimento dos deputados do Partido Progressista (PP) Pedro Corr�a, Pedro Henry e Jos� Janene, este j� falecido, em crimes de corrup��o passiva e lavagem de dinheiro. Reconheceu ainda a responsabilidade no branqueamento de capitais de Enivaldo Quadrado, dono da corretora B�nus Banval, e Breno Fischberg, considerando-os co-autores por ofereceram a estrutura empresarial da institui��o financeira para favorecer os pol�ticos do PP. “O dinheiro de origem criminosa foi formalmente pulverizado pela B�nus Banval em nome de v�rias pessoas", disse o relator, que n�o escondeu sua surpresa ao ler o depoimento de Quadrado no qual ele informava que alguns dos valores destinados aos pol�ticos eram entregues em casa. “Eu nunca tinha ouvido isso, entrega de dinheiro em domic�lio", afirmou entre risos.
Por cinco horas, o relator leu depoimentos de testemunhas, laudos e foi meticuloso ao analisar cada repasse feito pelo Partido dos Trabalhadores ao PP. Isso para demonstrar que os pagamentos tinham liga��o com o ato de of�cio dos parlamentares progressistas ao dar apoio pol�tico ao governo Lula. “A reforma tribut�ria foi permeada por pagamentos desde uma semana antes at� uma semana depois, alguns deles realizados no dia da vota��o, a demonstrar a exist�ncia da vincula��o das vantagens financeiras e o apoio nas vota��es", afirmou. Al�m disso, ele fez quest�o de ressaltar que o PP e o PT nunca tiveram qualquer afinidade ideol�gica, pelo contr�rio, foram “ant�podas”. Para o revisor, outra evid�ncia desse casamento entre a propina e o apoio pol�tico foi a inexist�ncia de projeto pol�tico dos petistas com PP nas elei��es de 2005.
De acordo com a den�ncia da Procuradoria da Rep�blica, tr�s pol�ticos do Partido Progressista integram a lista de r�us: o deputado Pedro Henry (MT), o ex-deputado Pedro Corr�a (PE), al�m do ex-assessor da sigla na C�mara Jo�o Cl�udio Gen�. Tamb�m s�o r�us Enivaldo Quadrado e Breno Fischberg, ex-s�cios da corretora B�nus-Banval, e Carlos Alberto Guaglia, ex-dono da corretora Natimar, que responde processo em separado.
Penas divulgadas Por um descuido do gabinete de Barbosa, o site do STF divulgou na sexta-feira as penas sugeridas pelo relator da a��o penal do mensal�o para parte dos r�us condenados pelo crime de lavagem de dinheiro. A pena mais dura foi dada para Marcos Val�rio: 12 anos e sete meses de reclus�o, al�m de 340 dias-multa, com cada dia-multa igual a 10 sal�rios m�nimos, o equivalente a mais de R$ 2,1 milh�es. A dosimetria –como � chamado o c�lculo da pena – j� foi retirada do ar. No site do STF, est� dispon�vel agora apenas o voto dado pelo ministro na semana passada, sem as penas sugeridas para cada r�u. Barbosa atribuiu a divulga��o da dosimetria, antes mesmo de ele se pronunciar a respeito, a um erro do seu gabinete. Informou tamb�m que as penas ainda podem mudar. Desde o in�cio das sess�es, em 4 de agosto, j� foram condenados pelos crimes de peculato, lavagem de dinheiro, corrup��o ativa e passiva e gest�o fraudulenta de empresa 10 r�us dos n�cleos publicit�rio e financeiro.
Previs�o de alta
O presidente do PTB, Roberto Jefferson, piv� do mensal�o e um dos r�us do processo em julgamento pelo Supremo Tribunal Federal (STF), dever� ter alta amanh�, Hospital Samaritano, onde foi internado no dia 12, com infec��o intestinal e desidrata��o. O ex-deputado, que teve o mandato cassado em 2005, foi submetido no fim de julho a uma cirurgia para retirada de um tumor no p�ncreas. Exames posteriores indicaram que o tumor era maligno. Segundo a assessoria de imprensa de Roberto Jefferson, a previs�o � de que amanh� se encerre o ciclo de antibi�ticos usados para combater a infec��o e o ex-deputado possa voltar para casa. Boletim m�dico divulgado ontem pelo hospital, assinado pelo cirurgi�o Jos� de Ribamar Saboia de Azevedo, informa que o ex-deputado "respira sem a ajuda de aparelhos, est� com os sinais vitais est�veis e se alimenta normalmente." A nota n�o fala em data prevista para a sa�da de Jefferson do hospital.