Um grupo de trabalho, coordenado pela Comiss�o Nacional da Verdade, vai investigar as atividades da Opera��o Condor, que oficialmente come�ou a vigorar em 1975 em plena ditadura militar. A opera��o foi uma alian�a pol�tico-militar entre os governos autorit�rios do Brasil, da Argentina, do Chile, da Bol�via, do Paraguai e do Uruguai. A estimativa � que mais de 100 mil pessoas foram mortas e 400 mil torturadas em decorr�ncia das a��es da opera��o na regi�o.
A determina��o do grupo � “esclarecer os fatos, as circunst�ncias e os autores dos casos de graves viola��es, torturas, muitos desaparecimentos for�ados e oculta��o de cad�veres” durante a Opera��o Condor, diz o texto que estabelece a atua��o dos integrantes. N�o h� fixa��o de prazos nem per�odos para a conclus�o dos trabalhos.
A resolu��o que define a cria��o do grupo de trabalho est� publicada no Di�rio Oficial da Uni�o desta ter�a-feira.
No �ltimo dia 17, a Comiss�o Nacional da Verdade formalizou a decis�o de criar um grupo de trabalho destinado a investigar a Opera��o Condor. Na ocasi�o, o jornalista Luiz Cl�udio Cunha, que atuou na investiga��o sobre as a��es da opera��o, lembrou que houve uma reuni�o secreta em Buenos Aires, na Argentina, em 1974, para definir a estrat�gia pol�tico-militar.
Para integrantes da Comiss�o Nacional da Verdade, o grupo de trabalho poder� apurar alguns epis�dios pol�micos da hist�ria nacional, como as mortes dos ex-presidentes Jo�o Goulart e Juscelino Kubitschek, ambos em 1976, durante a vig�ncia da Opera��o Condor.
Goulart governou o Brasil de 1961 at� ser deposto pelo golpe militar de 1964. Ele morreu em dezembro de 1976, na Argentina, oficialmente de ataque card�aco. A vers�o � contestada por parentes que acreditam em envenenamento por agentes da Opera��o Condor.
No caso de Kubitschek, a comiss�o recebeu da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Minas Gerais (OAB-MG) um relat�rio contestando a vers�o sobre a morte dele em consequ�ncia de um acidente de carro. “Vamos analisar toda a documenta��o e investigar o que foi relatado”, disse Cl�udio Fonteles, integrante da Comiss�o Nacional da Verdade, no �ltimo dia 17.