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Estado de Minas

Documentos mostram que Opera��o Condor come�ou antes da cria��o oficial


postado em 16/10/2012 07:58

Chefiados por ditaduras militares, o Paraguai, Uruguai, a Argentina, o Chile, a Bol�via e o Brasil, uniram-se para reprimir os opositores ao regime que vigorava nesses pa�ses, a��o que ficou conhecida como Opera��o Condor. O documento que cria oficialmente a coopera��o � de dezembro de 1975, mas documentos in�ditos, obtidos com exclusividade pela reportagem da Empresa Brasil de Comunica��o (EBC), comprovam que o esquema j� existia cinco anos antes.

Um desses documentos relata a pris�o do ex-coronel do Ex�rcito Jefferson Cardin Os�rio na Argentina, em dezembro de 1970, o primeiro alvo da Opera��o Condor. Em 1965, Os�rio comandou a guerrilha de Tr�s Passos, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a primeira contra o regime militar do Brasil e, por isso, era um militante visado. Um ano antes, ele teve os direitos pol�ticos cassados pelo Ato Institucional 4, de 1964.

A pris�o de Os�rio � detalhada em um documento da Embaixada do Brasil na Argentina. Nele, o adido brasileiro conta que obteve informa��es sobre o local onde estava Os�rio e como efetuou a pris�o com o aux�lio da pol�cia argentina. No texto, o representante brasileiro ressalta a exist�ncia de um decreto que permitia que os presos fossem entregues �s autoridades brasileiras.

O acordo permitia “a expuls�o de estrangeiros que contribu�ssem para a desarmonia entre pa�ses e se mostrassem ligados �s atividades subversivas”, conforme o documento. Com base na pol�tica de coopera��o entre os pa�ses, Os�rio, o filho dele e um sobrinho foram trazidos ao Brasil de forma sigilosa e o destino foi ocultado da fam�lia.

Para Jair Krischke, presidente do Movimento de Justi�a e Direitos Humanos, a a��o comprova como os pa�ses, inclusive o Brasil, j� agiam mesmo antes da cria��o oficial da Opera��o Condor. “Podemos nomear v�rios casos da Opera��o Condor, realizada pelo Brasil em coopera��o com o Uruguai, Chile e com a Argentina. E, muit�ssimo antes da famosa reuni�o de Santiago do Chile, que � novembro de 75 [1975]. O Brasil operava com total discri��o, muito na caracter�stica da ditadura brasileira, sem deixar impress�es digitais, sempre cauteloso no agir, diferentemente dos outros aparelhos repressivos da regi�o que tinham plena certeza da impunidade, que iam passar impunes a vida toda. E o Brasil sempre se resguardou,” explicou.

Mesmo sem ter assinado a ata de cria��o da opera��o, em uma reuni�o realizada em Santiago, a capital chilena, o Brasil teve participa��o fundamental na estrutura da Condor, na avalia��o de Krischke. “O aparelho repressivo brasileiro, j� altamente sofisticado, em dezembro de 70, realiza a primeira Opera��o Condor em Buenos Aires”, revelou, em refer�ncia � pris�o de Os�rio.


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