O relat�rio da CPI do Cachoeira deve ser apresentado nesta quarta-feira com pedido de indiciamento do governador de Goi�s, Marconi Perillo (PSDB). Incentivada pelo ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva e criada h� mais de seis meses com o apoio dos partidos da base aliada, a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito dever� poupar a Delta Constru��es, empreiteira cujos diretores estavam ligados ao esquema de fraudes em licita��es do contraventor Carlos Augusto Ramos. Tamb�m devem ser indiciados o prefeito de Palmas, Raul Filho (PT), e o deputado Carlos Alberto Ler�ia (PSDB-GO).
"Para mim, a decis�o do STF compreende tudo. Se o governador n�o pode sequer ser convocado, o indiciamento dele seria em raz�o de uma convoca��o dos elementos colhidos em rela��o a isso", afirmou o advogado Marcos Mundim, um dos defensores de Perillo. "Como se pode fazer mais, se n�o pode menos?", questionou ele. Segundo o ministro Marco Aur�lio, por�m, mesmo com a liminar, o governador pode, sim, ter o pedido de indiciamento feito no relat�rio final da CPI.
Cunha tamb�m pretende pedir o indiciamento de todos os depoentes que se recusaram a falar nas audi�ncias da CPI. Ele est� convencido de que os tent�culos da organiza��o criminosa comandadas por Cachoeira eram muito fortes no governo goiano. Apesar de reconhecer que a organiza��o tentou entrar em outros governos estaduais, Cunha decidiu poupar os governadores do Rio de Janeiro, S�rgio Cabral (PMDB), e do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz.
Para o relator, o esquema ilegal comandado por Cachoeira tem semelhan�as com a m�fia. Al�m do jogo do bicho, a organiza��o criminosa teria neg�cios legalmente constitu�dos para criar condi��es de lavar dinheiro de origem ilegal e agiria para cooptar agentes pol�ticos. A CPI do Cachoeira foi criada como um ant�doto ao julgamento do mensal�o e com a determina��o de atingir os tucanos. O presidente nacional do PT, Rui Falc�o, chegou a gravar v�deo vinculando a CPI com a estrat�gia do PT de neutralizar o esc�ndalo do primeiro mandato de Lula.