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Estado de Minas ACABOU A CPI QUE FOI SEM NUNCA TER SIDO

Ap�s oito meses, CPI do Cachoeira termina sem pedidos de indiciamento

Comiss�o termina sem indiciar ningu�m e com um parecer de duas p�ginas


postado em 19/12/2012 06:00 / atualizado em 19/12/2012 07:27

Depois de oito meses, a CPI do Cachoeira terminou nessa ter�a-feira sem pedir o indiciamento de nenhum dos envolvidoa no esquema que misturou corrup��o e jogos ilegais protagonizado pelo bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Interessados em blindar aliados, os l�deres partid�rios rejeitaram o texto de cerca de 3 mil p�ginas do relator, Odair Cunha (PT-MG), e aprovaram como relat�rio o voto em separado do deputado Luiz Pitiman (PMDB-DF). Em duas resumidas p�ginas, ele apenas determina o envio das informa��es recolhidas pela comiss�o ao Minist�rio P�blico Federal (MPF) e � Pol�cia Federal (PF). Na pr�tica, os parlamentares remetem aos dois �rg�os dados para uma investiga��o que eles pr�prios n�o fizeram, do envolvimento de agentes p�blicos e empresas com a organiza��o do bicheiro.

Criada para avan�ar nas apura��es da PF sobre as rela��es de Cachoeira com pol�ticos, a CPI termina sem fazer qualquer an�lise sobre os dados que recolheu. N�o pede nem sequer o indiciamento do ex-senador Dem�stenes Torres, cassado pelo pr�prio Congresso depois de a maioria dos parlamentares entender que ele usou o mandato para favorecer neg�cios de Cachoeira. As duas laudas aprovadas como relat�rio registram que a comiss�o n�o conseguiu chegar a “conclus�es irrefut�veis”.

As negocia��es sobre a vota��o do texto final, adiada duas vezes nas semanas anteriores, ocorreram at� a madrugada de ontem. Enquanto Odair Cunha prometia altera��es para conquistar votos, parlamentares do PSDB e do PMDB se uniam para tentar proteger investigados, entre eles o governador de Goi�s, Marconi Perillo, e o dono da Construtora Delta, Fernando Cavendish. Um dos articuladores da manobra, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) aproveitou a sess�o deliberativa de segunda-feira para arregimentar votos contr�rios ao relat�rio de Cunha.

Na tentativa de aprovar seu texto, o relator cedeu a diversas exig�ncias. Retirou os pedidos de investiga��o contra o procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, e de indiciamento de jornalistas, do vereador de Goi�nia Elias Vaz (PSol), do empres�rio Rossine Guimar�es e do superintendente do Incra de Goi�s, Marco Aur�lio Bezerra. Cunha conquistou o voto do grupo chamado independente, que sempre o criticou por deixar de fora informa��es mais contundentes sobre empresas de fachada ligadas � Delta.

Trai��es

Pelas contas do relator, a vota��o terminaria empatada e o presidente da comiss�o, Vital do R�go (PMDB-PB), teria de votar, garantindo a vit�ria do texto do petista. Mas o parecer foi rejeitado por 18 votos a 16. Foi derrotado pela oposi��o, por parte do PMDB e pelos partidos nanicos. Entre as “trai��es” est� a do deputado C�sar Halum (PSD-TO), que solicitou a retirada do pedido de indiciamento de Rossine. Foi atendido, mas acabou votando contra. Renan teria sido determinante na escolha de dois senadores para substituir ausentes na sess�o de ontem. Ivo Cassol (PP-RO) e S�rgio Petec�o (PSD-AC) entraram nos lugares de Ricardo Ferra�o (ES) e Paulo Davim (RN) e votaram contra o texto.

Depois da derrota do parecer de Odair Cunha, os parlamentares aprovaram requerimento para dar prioridade � vota��o do voto em separado de Pitiman, aprovado por 21 a 7, com o apoio de parlamentares da base e da oposi��o. “O que derrotou o nosso relat�rio foi a blindagem ao Perillo e � Delta. Apesar do nosso esfor�o, foi uma pizza geral”, disse o relator, acrescentando que “o governo federal n�o participou em nenhum momento da articula��o do nosso voto, por raz�es que precisa explicar”.

Em sua defesa, Pitiman disse que seu relat�rio amplia o texto de Odair por incluir tudo o que foi investigado pela comiss�o. Para Lorenzoni e Randolfe, a CPI terminou com “champanhe franc�s”, em refer�ncia a fotos em que o governador do Rio, S�rgio Cabral (PMDB), aparece, em M�naco, brindando com Cavendish.

Ler�ia fora da pizza

Apesar do fim melanc�lico da CPI que deveria investigar as rela��es entre agentes p�blicos e o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o �nico caso remanescente do esc�ndalo ainda pode ter um final diferente. A Mesa Diretora da C�mara define nesta qurata-feira se encaminha ao Conselho de �tica da Casa o pedido de cassa��o do mandato de Carlos Alberto Ler�ia (PSDB-GO). O deputado � acusado de ser s�cio de Cachoeira, de usar o cart�o de cr�dito dele, negociar cheques e at� de interferir, a pedido do bicheiro, na demiss�o de servidores p�blicos e integrantes da pol�cia de Goi�s. A situa��o do tucano foi analisada por uma comiss�o de sindic�ncia da Casa, que sugeriu a abertura do processo de perda do mandato. Mas o parecer est� na Mesa Diretora desde julho. “O caso de Ler�ia � muito parecido com o de Dem�stenes (Torres, senador cassado por usar o mandato a servi�o do bicheiro). A diferen�a � que, ao contr�rio do senador, o deputado nunca negou ter liga��es com Cachoeira”, comentou Jer�nimo Goergen (PP-RS), que foi relator da apura��o na comiss�o. Ele foi convidado a defender seu relat�rio na reuni�o da Mesa e diz que vai insistir para que o processo v� ao Conselho de �tica.


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