O procurador-geral da Rep�blica, Roberto Gurgel, afirmou na manh� desta quarta-feira que "nada deixar� de ser apurado" em rela��o ao depoimento prestado em setembro pelo empres�rio Marcos Val�rio e revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo na semana passada. Val�rio disse ao Minist�rio P�blico Federal que o ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva teve despesas pessoais pagas com recursos do esquema do mensal�o. Ele afirmou ainda que Lula deu aval para os empr�stimos simulados tomados pelos bancos BMG e Rural que abasteceram a compra de apoio pol�tico no Congresso.
O chefe do Minist�rio P�blico Federal disse que uma eventual investiga��o contra Lula n�o ficaria a cargo nas m�os dele, uma vez que o ex-presidente n�o det�m foro privilegiado. Gurgel disse que o que estiver relacionado ao ex-presidente ser� encaminhado � Procuradoria da Rep�blica de primeiro grau, podendo ficar em Bras�lia ou S�o Paulo, dependendo do conte�do. Ele negou que tenha havido um segundo depoimento prestado recentemente.
O procurador-geral afirmou que Val�rio entregou "alguns documentos, muito poucos". Esse material, de acordo com ele, ser� analisado para verificar sua autenticidade e quais provid�ncias podem ser tomadas para uma eventual apura��o. Gurgel exemplificou que o empres�rio entregou dois comprovantes de dep�sitos, o que levar� a uma verifica��o sobre os benefici�rios dos repasses e em que contexto a transa��o ocorreu. "Tudo isso, enfim, tem que ser aprofundado para que a atua��o do Minist�rio P�blico seja respons�vel e com objetivo de tudo apurar", observou.
Roberto Gurgel disse ter ficado "extremamente satisfeito" com o fim do julgamento do mensal�o, ocorrido na segunda-feira. "Foi um esfor�o imenso de todos do Minist�rio P�blico e do Supremo Tribunal Federal e, felizmente, com um resultado excelente", destacou. Dos 37 r�us na a��o, a Corte condenou 25, dentre os quais o ex-ministro da Casa Civil Jos� Dirceu, o ex-presidente do PT Jos� Genoino e o ex-tesoureiro do partido Del�bio Soares.