Bras�lia – Entre 2003 e 2013, per�odo que corresponde aos dois mandatos do ex-presidente Lula e aos tr�s primeiros anos da gest�o de Dilma Rousseff, as despesas da Uni�o com sal�rios de servidores ativos e inativos v�o triplicar. A administra��o de Fernando Henrique Cardoso entregou aos petistas, no fim de 2002, uma folha de pagamento de pessoal de R$ 75 bilh�es. Pela proposta de Or�amento que tramita no Congresso Nacional, a fatura ser� de R$ 226 bilh�es no pr�ximo ano – um aumento nominal de 201,21%, ou real de 62,96% quando descontada a infla��o do per�odo (84,83%).
O problema � que esses gastos tiram o espa�o de outras despesas essenciais. O montante empregado em investimentos, por exemplo, � bem menor, embora tenha aumentado como propor��o do PIB. Saiu de 1% em 2002, para alcan�ar 1,3% no fim do mesmo per�odo. No entanto, somente o acr�scimo do custo da folha da Uni�o em 2009, de R$ 22,5 bilh�es, foi equivalente a mais de 60% de todo o volume de recursos que o governo investiu naquele ano, R$ 35,3 bilh�es.
Reforma Na avalia��o do professor de finan�as p�blicas Jos� Matias-Pereira, durante o governo petista houve uma oxigena��o da administra��o p�blica para fortalecer e ampliar carreiras t�picas de Estado, por meio de concursos p�blicos. Entretanto, ele destaca que, apesar desse processo, foram criadas distor��es na distribui��o de servidores entre as pastas porque n�o h� diretriz ou norma que especifique e cobre resultados das diversas categorias do funcionalismo.
Matias-Pereira explica que somente por meio da reforma da administra��o p�blica ser� poss�vel criar mecanismos para avaliar, preparar e remunerar os servidores com o objetivo qualificar a m�quina p�blica para alavancar o pa�s. Segundo ele, como o Estado � indutor do desenvolvimento e interfere na economia, precisa responder �s demandas do setor privado de maneira mais eficiente. Apesar de considerar respons�vel a posi��o da presidente Dilma Rousseff, de limitar o reajuste salarial do funcionalismo a 15,8% pelos pr�ximos tr�s anos, o professor alerta que o pa�s passa por um momento de incertezas. "Estamos com uma taxa de desemprego baixa. Por�m, quando o mercado perceber que n�o � mais interessante investir e contratar, muitos assalariados ser�o dispensados", afirma.