Bras�lia – Em seus primeiros dois anos de governo, a presidente Dilma Rousseff manteve altos �ndices de popularidade, contrastantes com o baixo crescimento da economia, especialmente em 2012. No correr do ano, as previs�es iniciais do Minist�rio da Fazenda, de 4,5% de crescimento do PIB, foram continuamente rebaixadas pelo mercado. Apesar da significativa queda nos juros e das sucessivas medidas de est�mulo adotadas pelo governo, o ano terminou com o “pibinho” de apenas 1%. Por causa dele, o Brasil perder�, para o Reino Unido, o posto de sexta maior economia mundial que lhe havia tomado em 2011. Mas 2013 come�a promissor, justificando a expectativa da presidente, de que o pa�s venha a ter um “pib�o grand�o”.
A retomada do crescimento em 2013 � crucial para o futuro pol�tico de Dilma. Os resultados do terceiro ano de mandato ajudam a determinar as condi��es para a disputa da reelei��o, no ano seguinte. No primeiro bi�nio, apesar do crescimento baixo, as medidas adotadas ajudaram a preservar o n�vel de emprego, o consumo das fam�lias e as pol�ticas sociais, fatores que somados ao carisma pessoal e ao estilo da presidente ajudaram a manter elevada sua popularidade. Mas nos dois anos finais, dizem aliados e advers�rios, come�a o julgamento do governo, e as compara��es ser�o inevit�veis.
As taxas de crescimento obtidas pelo governo Dilma, de 2,7% em 2011 e de 1% em 2012, contrastam negativamente com as de seu antecessor, Luiz In�cio Lula da Silva. De 2004 a 2010, o PIB brasileiro cresceu a uma m�dia de 4,5%, alcan�ando, em 2010, a marca de 7,5%, que atraiu as aten��es do mercado e dos investidores.
Se Lula obteve seus bons resultados apesar das seguidas crises pol�ticas, o governo Dilma enfrentou at� agora um cen�rio externo bem mais adverso. A crise afetou gravemente a economia europeia e provocou a desacelera��o da China, o maior comprador do Brasil, fora a lenta recupera��o da economia americana. Em 2011, o governo reduziu impostos para v�rios setores, especialmente para a ind�stria automobil�stica e a de eletrodom�sticos, buscando manter o consumo alto e o emprego est�vel. Teve in�cio uma queda de bra�o com os bancos que resultou, em 2012, na redu��o dos juros para a taxa, mais civilizada, dos 7,5% anuais.
Consumo O Banco Central atuou para garantir um c�mbio mais compensador para os exportadores, levando o d�lar a furar a barreira dos R$ 2. Em 2012 o governo manteve o incentivo ao consumo mas tomou tamb�m medidas de est�mulo ao investimento, lan�ando editais para conceder ao setor privado a explora��o de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Reduziu os custos trabalhistas para dezenas de setores empresariais e, finalmente, lan�ou o programa de redu��o da tarifa de energia, que ainda depende da chancela do Congresso.
Para o presidente da CNI, Robson Andrade, haver� recupera��o em 2013 mas “o modelo de crescimento brasileiro com base no consumo � insustent�vel”. Para um crescimento continuado, diz ele, ser� preciso aumentar o ritmo dos investimentos, equiparando-os ao consumo das fam�lias.