A corrida presidencial � Mesa Diretora da C�mara dos Deputados n�o � mais a mesma. Gastos exorbitantes, totens com fotos de candidatos em tamanho real e belas mo�as desfilando pelos corredores do Congresso com camisetas de campanha perderam o espa�o que ocupavam num passado bem recente. A farra publicit�ria que marcou a elei��o de 2005 - quando Severino Cavalcanti ganhou de virada — foi t�o constrangedora que normas internas foram baixadas para moralizar as campanhas. A disputa daquele ano, por sinal, deixou li��es n�o s� no campo do marketing, mas das negocia��es e dos acordos pol�ticos. Os custos - que chegaram a beirar a casa dos R$ 2 milh�es em uma �nica candidatura — diminu�ram. As campanhas ficaram mais modestas e discretas.
O peemedebista aposta em viagens por capitais estrat�gicas: Natal, Porto Alegre, Curitiba, Campo Grande, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, S�o Paulo, Salvador, Recife, Fortaleza e Jo�o Pessoa. Em cada uma dessas cidades, Alves vai se reunir com governadores e deputados federais. A estrat�gia � a mesma usada na �ltima elei��o pelo atual presidente da C�mara, Marco Maia (PT-RS). Foi o petista quem ajudou Henrique Eduardo Alves a tra�ar a geografia das visitas. O parlamentar disse que vai pagar o combust�vel do avi�o do pr�prio bolso, sem mexer na cota parlamentar.
Renova��o
N�o � de hoje que os custos com viagens encarecem as campanhas � Presid�ncia da C�mara. Um dos envolvidos na campanha de Jo�o Paulo Cunha (PT-SP) em 2003 calcula em cerca de R$ 1,5 milh�o o custo do aluguel do jatinho usado durante a candidatura petista. A conta, disse, foi paga pelo partido. “O presidente Lula havia acabado de ser eleito e existia uma resist�ncia em dar o comando da Casa ao PT. Tamb�m tinha havido uma renova��o de quase 40% dos parlamentares e Jo�o Paulo Cunha n�o era conhecido. Ele foi a todos os estados e promoveu caf�s da manh�, almo�os e jantares com as bancadas”, contou. Em 2005, a situa��o mudou e o foco dos gastos tamb�m. Naquele ano, excepcionalmente, o Congresso funcionou entre 19 de janeiro e 13 de fevereiro e a campanha ficou concentrada em Bras�lia. Foi o ano da farra de banners, cartazes e brindes, como as famosas (e caras) canetas Sheaffer. As cr�ticas aos excessos vieram de todos os lados.
Al�m das viagens, os candidatos � Presid�ncia da C�mara na elei��o deste ano focaram a campanha em informativos, telefonemas, almo�os e jantares. Alguns ainda recorreram a brindes. Henrique Eduardo Alves distribuiu aos demais 512 deputados federais exemplares do livro O que eu n�o quero esquecer, de sua autoria. O presente foi entregue em dezembro e custou R$ 6,4 mil. A assessoria dele nega que a benesse fa�a parte das estrat�gias de campanha. O candidato gastou R$ 25 mil com a impress�o de 2 mil exemplares do livro, que re�ne os principais pronunciamentos feitos por ele nas �ltimas 11 legislaturas. Cogita-se a possibilidade de ele escrever outro, daqui a dois anos, incluindo entre as mem�rias o per�odo como presidente da Casa.
Tranquilo com o apoio que recebeu da maioria dos partidos, Alves aproveitou o in�cio deste ano para curtir sombra e �gua fresca em Natal. Atendeu a imprensa quinta-feira passada, mas negou entrevistas na sexta-feira. Em plena reta final de campanha, evitou, inclusive, atender o telefone. Por mensagem de celular, disse a uma rep�rter do Estado de Minas que s� queria “praia, praia e fam�lia”. (Colaborou Adriana Caitano)