Alguns s�o projetos de mudan�a da legisla��o urban�stica, que mobilizam segmentos com forte poder de press�o. Para neutralizar essa influ�ncia, a articula��o pol�tica do prefeito se sentar� com os partidos pol�ticos e, se considerar que eles n�o t�m influ�ncia sobre as bancadas, buscar� negociar diretamente com os vereadores. Antes, contudo, � inten��o da Prefeitura de Belo Horizonte abrir os projetos ao debate com a sociedade por meio de entidades de classe e vereadores com atua��o voltada para os temas tratados, em busca de apoio pol�tico e menor desgaste.
“A caneta est� na m�o do prefeito”, avalia um interlocutor pr�ximo de Marcio Lacerda. Essa caneta poder� ser usada, se necess�rio, para reunir maioria na C�mara Municipal. No mandato passado, os projetos de interesse da PBH j� eram negociados caso a caso diretamente com os parlamentares. Para isso, desta vez, Lacerda segura as modifica��es que promover� na administra��o para acomodar os aliados. Depois de reservar os cargos que considera de preenchimento mais “t�cnico”, entre eles a Secretaria Municipal de Planejamento e a Secretaria Municipal de Obras, pleito do PSDB, o prefeito pretende costurar a sua base pol�tica no Legislativo.
O teste de fogo de Marcio Lacerda junto � nova C�mara Municipal ser�o os projetos que seguir�o no m�s que vem. Um deles, a exemplo do que foi feito para hot�is, amplia o quociente de aproveitamento do solo para a constru��o de hospitais na cidade. Os projetos que alteram a legisla��o urban�stica acirram sempre os �nimos porque envolvem, necessariamente, a ocupa��o do solo num contexto em que j� n�o h� terrenos vagos, principalmente nas regi�es mais nobres da cidade. Em recentes declara��es, alguns vereadores, j� sinalizando o alvo de sua atua��o neste mandato, afirmaram que a Lei de Uso e Ocupa��o do Solo foi votada a toque de caixa. Como a PBH tende a conter a verticaliza��o em algumas regi�es, esta � uma tem�tica que poder� se tornar um cavalo de batalha entre a Mesa Diretora e a PBH.
H� outro projeto que trata de uma parceria p�blico-privada (PPP) para a constru��o de um centro de log�stica na regi�o do Jardim Canad�, retirando da BR- 040 o tr�nsito de grandes caminh�es. H� ainda mat�rias relacionadas � legisla��o urbana na regi�o central do Barreiro.
As conversas com os partidos pol�ticos para o in�cio da composi��o do governo se dar�o na semana que vem. Necessariamente, a interlocu��o tender� a se iniciar com a pergunta: “A cidade tem interesse em aprovar alguns projetos. De sua bancada na C�mara, quantos votos pode assegurar?”. Em desdobramento ao problema colocado, a discuss�o dever� se deslocar para os vereadores que, como se evidenciou na sucess�o da Mesa Diretora, n�o acompanharam os partidos pol�ticos.
Com tr�s vereadores, o PSDB lan�ou dois candidatos: Henrique Braga, em acordo com a dire��o do PSDB, em negocia��o conduzida pelo deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB) e acompanhada pelo presidente estadual, Marcus Pestana; e a candidatura vitoriosa de Leo Burgu�s (PSDB), apoiada pelo secret�rio de Estado de Governo, Danilo de Castro, que participou da articula��o e atraiu votos de vereadores de pequenas legendas, sobre as quais exerce influ�ncia.
N�o apenas no PSDB, mas nenhuma outra legenda votou inteira com uma das chapas. Nem o pr�prio PSB. Dos seis vereadores do partido, cinco apoiaram Henrique Braga, acompanhando Lacerda. Mas Alexandre Gomes n�o apareceu na hora de se manifestar na urna. Tamb�m o PV, legenda do vice-prefeito D�lio Malheiros, teve um de seus vereadores, Leonardo Mattos, apoiando Leo Burgu�s e outro, S�rgio Fernando, ao lado de Henrique Braga.
Sem ter tirado f�rias no ano passado, Marcio Lacerda elegeu as duas primeiras semanas de janeiro para descansar. Nos primeiros dias do ano, foi a Escarpas do Lago. Hoje, estar� de volta � capital mineira, mas pela pr�xima semana ainda acompanhar� as grandes quest�es da PBH de sua casa.