A seis meses de completar 80 anos, o novo prefeito de Morada Nova de Minas, na Regi�o Central do estado, no Alto S�o Francisco, Walter de Moura (PSDB), assumiu o desafio de fazer funcionar uma prefeitura que herdou R$ 6,25 milh�es em d�vidas e deve o sal�rio de dezembro a todos os funcion�rios p�blicos municipais. Com uma receita bruta mensal de R$ 1,5 milh�o para administrar, a solu��o encontrada por Moura � cortar gastos e buscar financiamentos no Banco do Brasil e na Caixa Econ�mica Federal para parcelar as d�vidas. “Estamos com um problema muito grave, que est� fazendo cair meu cabelo”, brinca. “Quando comecei a ter conhecimento do valor dos d�bitos da prefeitura me preocupei e pensei comigo: ‘Como � que vou fazer?’ Mas n�o fui eu quem criou essas d�vidas, tenho que ficar com a cabe�a fria para resolv�-las”, acrescenta, simp�tico.
Eleito para seu quarto mandato nna prefeitura, Walter � um dos chefes de Executivos municipais mais idosos de Minas e defensor dos servidores de cabe�a branca. “Quem tem sa�de e experi�ncia, como eu, que estou em plenas condi��es de trabalhar, deve contribuir para a sociedade. � um desperd�cio de potencial aposentar funcion�rios simplesmente pela idade,” justifica. Nas �ltimas elei��es, nada menos que 111 prefeitos e 388 vereadores com mais de 70 anos – alguns deles com mais de 80 – sa�ram vitoriosos das urnas.
De acordo com Moura, em suas outras tr�s gest�es � frente da Prefeitura de Morada Nova, a primeira em 1989, nenhuma d�vida foi passada para o prefeito seguinte. “J� a gest�o passada deixou v�rias obras inacabadas, como a constru��o de 50 banheiros em resid�ncias de pessoas de baixa renda, asfaltamento de v�rias ruas, compras de m�quinas, e constru��es na �rea da Praia – onde seria feito um audit�rio com capacidade para 600 pessoas para conven��es. Em um lugar onde n�o h� restaurante nem hotel”, reclama. A cidade tem cerca de 9 mil habitantes.
Os maiores problemas, afirma, al�m dos sal�rios atrasados, s�o uma d�vida de cerca de R$ 1 milh�o com o hospital da cidade e a coleta de lixo, que est� funcionando precariamente. Al�m disso, a prefeitura deve cerca de R$ 2 milh�es de encargos aos aposentados e deve tamb�m ao Fundo de Sa�de do munic�pio.
Mais caos
Tamb�m na Regi�o Central, Ressaquinha passa por maus bocados e amarga uma d�vida de R$ 3,1 milh�es. “A situa��o est� feia e indo de mal a pior. Estamos com uma situa��o financeira muito delicada”, lamenta o prefeito rec�m-empossado, Denilson da Cruz (PT), 46 anos, que decretou situa��o de calamidade financeira, logo no segundo dia de governo. A cidade tem um or�amento previsto de R$ 16 milh�es para 2013 e conta com apenas dois ve�culos do poder p�blico funcionando: uma ambul�ncia e um carro comum. Outros 13 est�o impedidos de rodar, por multas e falta de documenta��o em dia. Nenhum dos servidores da prefeitura recebeu o sal�rio relativo a dezembro, e cheques da gest�o anterior ainda est�o sendo compensados, afirma a assessoria do prefeito.