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Estado de Minas

Chefe da Advocacia-Geral da Uni�o tenta retomar espa�o de conselheiro de Dilma


postado em 08/02/2013 09:06

Tr�s meses depois de deflagrada a Opera��o Porto Seguro e de um per�odo na “geladeira”, o chefe da Advocacia-Geral da Uni�o, Lu�s In�cio Adams, sai da reclus�o e j� se rearticula politicamente para tentar reocupar o espa�o perdido como integrante do chamado n�cleo duro do governo.

Antes do esc�ndalo que ligou Jos� Weber, n�mero dois da AGU e seu principal auxiliar, � m�fia de venda de pareceres p�blicos a �rg�os privados, Adams era um dos principais interlocutores da presidente Dilma Rousseff e nome certo para uma futura indica��o para o Supremo Tribunal Federal.

A crise, que resvalou em seu gabinete e provocou a demiss�o de Weber, abalou seu prest�gio e quase o derrubou. Agora, Adams j� considera que sua carreira est� “na crescente”. “Ningu�m valoriza o timoneiro que s� navega por �guas calmas. N�o recomendo a ningu�m passar o que eu passei, mas acabou sendo uma experi�ncia significativa”, diz o chefe da AGU. Se n�o se sa�sse bem, j� teria sido destitu�do do cargo, acredita ele.

Na �ltima ter�a-feira, ele almo�ou com a presidente. Na �ltima quarta-feira, visitou-a no Pal�cio do Planalto. Tamb�m foi chamado para tratar pessoalmente da den�ncia do PSDB que acusa Dilma de campanha antecipada por causa de seu recente pronunciamento na TV.

A pessoas pr�ximas, Adams conta que se explicou a Dilma uma �nica vez sobre a suspeita envolvendo seu auxiliar mais pr�ximo. Nessas conversas, afirmou que ouviu da presidente o seguinte: “Voc�, a AGU e o (ministro Jos� Eduardo) Cardozo estar�o no foco do esc�ndalo por tr�s dias, depois o foco vai para os Vieira (os irm�os Paulo, Rubens e Marcelo)”.

Adams, por�m, ainda � visto no Planalto como “o cachorro que quebrou o vaso”. Ao contr�rio das previs�es, o advogado-geral da Uni�o tamb�m n�o conseguiu escapar t�o rapidamente da linha de tiro e a institui��o passa por um pente-fino: pareceres do �rg�o foram revisados e o resultado de uma sindic�ncia interna deve ser anunciado nos pr�ximos dias.

Para Adams, o fato de ter escalado como seu bra�o direito um assessor acusado de vender pareceres t�cnicos em troca de favores e presentes na sala bem ao lado da sua n�o � argumento para justificar o desgaste de sua credibilidade com a presidente.

Proje��o


O advogado-geral da Uni�o aponta outra explica��o para esse desgaste: comprou muitas brigas e despertou inveja proporcional ao seu sucesso, quando passou a ser cotado para ocupar uma vaga no Supremo e at� para assumir a chefia da Casa Civil. “Tudo que eu fiz projetou a AGU e a mim pessoalmente. Fez com que a institui��o tivesse mais visibilidade. Esse papel fortalece, mas incomoda. Nunca tive medo de entrar em bolas divididas, nunca tive medo de ser um contraponto aos excessos de alguns procuradores da Rep�blica, por exemplo”, afirma.

Ele est� convicto da sua capacidade regenerativa dentro da pol�tica. Reconhece que “Dilma se distanciou para ver o que iria acontecer”, mas d� como certa a recupera��o de seu apre�o no Planalto. “N�o considero que estou na descendente. Eu prefiro dizer que minha carreira est� em uma crescente, pois a presidenta continua me demandando e confiando no meu trabalho.”

Adams aposta que foi mantido no cargo por causa de sua “capacidade de encontrar complexas sa�das jur�dicas” que livraram o governo de enrascadas, como a atua��o no caso do C�digo Florestal e na suspens�o do Paraguai no Mercosul.

O chefe da AGU mostra que vale tudo para tentar retomar a influ�ncia que vinha conquistando antes do esc�ndalo. O principal passo ser� conseguir descolar sua imagem da Opera��o Porto Seguro. Para isso, diz que rompeu a amizade de mais de dez anos com Weber e evita falar sobre o passado. Quer aparecer sempre sorrindo, nunca de cabe�a baixa. Chorar em p�blico, s� se for em filme triste.

Esta semana, por exemplo, ele diz ter se emocionado ao ver a atriz Anne Hathaway cantar no filme Os Miser�veis a can��o I Dreamed a Dream. A m�sica come�a assim: “Houve um tempo em que os homens eram gentis/Quando suas vozes eram suaves/E suas palavras convidativas”; e termina desta maneira: “Eu tive um sonho/ que minha vida seria t�o diferente/ deste inferno que eu vivo/T�o diferente agora do que parecia ser/Agora a vida matou o sonho que eu sonhei”. Adams diz que chorou no cinema feito crian�a.


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