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Estado de Minas

Ferrovia do A�o � s�mbolo do desperd�cio e das obras inacabadas em Minas

Prevista para ser conclu�da h� quatro d�cadas. A Uni�o n�o consegue sequer comprador para terreno de 50 hectares na RMBH


postado em 25/02/2013 06:00 / atualizado em 25/02/2013 07:17

Daniel Camargos

�cone das obras abandonadas, a Ferrovia do A�o fincou as ra�zes do desperd�cio no trecho entre Nova Lima, Belo Horizonte e Sabar�, com t�neis e pilares de viadutos constru�dos na d�cada de 1970 e que nunca foram utilizados. Como a promessa era de que a linha seria conclu�da em menos de tr�s anos, ela foi apelidada de Ferrovia dos Mil Dias. Ningu�m quis ficar com a heran�a do governo militar. Em dois leil�es para vender parte do terreno com as obras inacabadas nenhum comprador fez oferta. O Estado de Minas publica desde ontem reportagens sobre pontes, viadutos e estradas abandonadas que prejudicam os moradores de seu entorno e ilustram o desd�m com que o dinheiro p�blico � tratado.

O trecho do que deveria ser a Ferrovia do A�o � venda � um terreno de quase 50 hectares, considerado n�o operacional pela extinta Rede Ferrovi�ria Federal S.A. (RFFSA), na antiga Fazenda Marzag�o, que pertence � Secretaria de Patrim�nio da Uni�o (SPU), negociado pela Caixa Econ�mica Federal (CEF). J� foram abertas duas concorr�ncias p�blicas: a primeira em maio de 2011 e a segunda em junho do ano passado. Nenhuma proposta foi apresentada e o im�vel ficou dispon�vel na modalidade venda direta, sem concorr�ncia p�blica. Nesse caso, tamb�m n�o houve interessado. A CEF reavaliou a �rea e o pre�o atual � R$ 21,9 milh�es. Em breve, ser� lan�ada uma nova concorr�ncia p�blica. Para tentar se livrar da “heran�a maldita”, o governo federal possibilita o parcelamento em at� 60 vezes, com taxa de juros de 10% ao ano.

A Ferrovia do A�o foi uma das obras fara�nicas que o governo militar empreendeu na d�cada de 1970. Al�m dela, o regime construiu outras obras suntuosas, como a Ponte Rio-Niter�i, a Rodovia Transamaz�nica e a usina hidrel�trica de Itaipu. O obra serviria para escoar o min�rio de Minas para Rio de Janeiro e S�o Paulo. No entanto, apenas o trecho entre Itabirito e Volta Redonda (RJ) foi constru�do. O percurso entre Minas e S�o Paulo n�o foi iniciado. Entre Itabirito e a capital mineira ficaram os trechos abandonados. Quando a ferrovia foi planejada, o pa�s vivia o per�odo que ficou conhecido como milagre econ�mico, com a economia crescendo a taxas superiores a 10% ao ano.

O valor de toda a ferrovia � estimado em US$ 1,8 bilh�o (R$ 3,5 bilh�es). Os pilares dos viadutos inacabados podem ser vistos por quem vai de Belo Horizonte a Sabar� seguindo pela Avenida dos Andradas, na Regi�o Leste, antes de chegar ao Bairro General Carneiro.

Anel Leste

Enquanto o governo federal tenta vender parte das obras abandonadas, est� com a Prefeitura de Belo Horizonte um projeto para usar os t�neis e estruturas na constru��o de um anel ferrovi�rio, que ligaria a Regi�o Sul de Belo Horizonte � Regi�o Leste, conectando a sa�da para o Rio de Janeiro da BR-040 com a sa�da para Vit�ria na BR-262. O deputado estadual Paulo Lamac (PT), que coordena a Frente Parlamentar de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo, j� levou seus colegas deputados para visitar os locais e garante que o projeto est� com o poder municipal. O autor do texto � o arquiteto e urbanista Radam�s Teixeira.

“O projeto inclui uma grande esta��o ao lado dos mot�is na sa�da para o Rio. Ali ter�amos um grande estacionamento, incentivando aqueles que t�m carros a usarem um transporte coletivo r�pido e eficiente. Um ramal iria at� a Regi�o Leste de BH, utilizando o esp�lio da Ferrovia do A�o e parte da malha ferrovi�ria abandonada que vai at� a regi�o da Mina de �guas Claras. Outro ramal poderia, inclusive, chegar at� o Barreiro, j� que h� toda uma estrutura de trilhos tamb�m”, explicou o deputado Paulo Lamac.

Ele n�o acredita que a venda do terreno possa impedir os planos da constru��o do Anel Leste, como � chamado o projeto. “Poderia ser interessante para conseguir um parceiro e fazer uma parceria p�blico-privada (PPP)”, explica. O deputado refor�a que t�o importante quanto os t�neis e esqueletos dos viadutos � a prepara��o do terreno, que est� conclu�da h� d�cadas. Por enquanto, o Anel est� s� no papel.

Econom�s/portugu�s

Milagre Econ�mico

O regime militar brasileiro conseguiu sobrevida gra�as �s condi��es econ�micas da �poca. Entre 1968 e 1973, o Produto Interno Bruto (PIB) crescia cerca de 10% ao ano. Setores como a constru��o civil e a ind�stria atingiam �ndices ainda mais elevados. O milagre come�ou a ruir em 1974, com a crise mundial do petr�leo. Como os militares que comandavam o pa�s abusaram dos empr�stimos internacionais para financiar as obras fara�nicas, a d�vida externa explodiu. Seguiu-se ent�o um per�odo de infla��o elevad�ssima, que s� foi terminar em 1994, no fim do governo Itamar Franco, quando foi institu�do o Plano Real. Apesar do crescimento da economia, n�o houve justi�a social, o que aumentou ainda mais a desigualdade da sociedade brasileira.


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