O depoimento prestado em setembro do ano passado pelo operador do mensal�o, Marcos Val�rio, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso, foi remetido para o Minist�rio P�blico Federal em Bras�lia. O procurador da Rep�blica em Minas Gerais Leonardo Augusto Santos Melo, que havia recebido o depoimento em fevereiro, alegou n�o ter compet�ncia para investigar parte dos fatos narrados por Val�rio. J� os repasses financeiros citados no depoimento j� est�o sendo apurados em Minas.
Desde segunda-feira, o depoimento passa por uma an�lise preliminar e j� est� nas m�os de alguns procuradores da Rep�blica, que t�m investiga��es correlatas ao processo do mensal�o. Caso guarde alguma rela��o com apura��o em curso, o trecho do depoimento ser� apensado a esta investiga��o.
Caso contr�rio, se n�o houver nenhuma correla��o com apura��es j� em curso, o depoimento ser� distribu�do para um procurador da Rep�blica. Caber� a ele determinar a instaura��o de processos administrativos para investigar as acusa��es feitas por Val�rio ou arquivar o caso depois de an�lise preliminar. Se entender haver ind�cios de crime a serem investigados, o procurador poder� abrir quanto processos administrativos quantos considerar necess�rios para abarcar a �ntegra do depoimento.
Em meio ao julgamento do mensal�o, Val�rio foi voluntariamente � Procuradoria-Geral da Rep�blica no dia 24 de setembro na tentativa de obter algum benef�cio em troca de novas informa��es sobre o caso. Em mais de tr�s horas de depoimento, disse que o esquema do mensal�o ajudou a bancar "despesas pessoais" do ent�o presidente Luiz In�cio Lula da Silva.
Tamb�m afirmou que o ex-presidente deu "ok", em reuni�o no Pal�cio do Planalto, para os empr�stimos banc�rios que viriam a irrigar os pagamentos de deputados da base aliada. E contou ter sido amea�ado de morte pelo PT caso decidisse contar o que sabia do esquema.