Bras�lia, 28 - A perman�ncia do pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias provocou uma debandada de servidores. Dos 19 funcion�rios que trabalhavam no colegiado, somente dois ficaram. Alguns foram dispensados, outros pediram para sair. As mudan�as podem provocam um preju�zo de perda de "mem�ria" do trabalho na comiss�o. Exercendo a presid�ncia sob protestos, Feliciano ser� levado ao Conselho de �tica pelo PPS pela suspeita de uso de recursos da Casa em proveito pr�prio.
Servidores que atuaram na comiss�o contam que sete deles deixaram os cargos por diferen�as ideol�gicas assim que Feliciano foi eleito. Outros continuaram na expectativa de uma ren�ncia do pastor, o que teria levado alguns aliados de Feliciano a tom�-los por "espi�es".
Ex-presidente da comiss�o, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) relata que uma consequ�ncia da debandada � a perda da "mem�ria" do trabalho realizado. "Esse � mais um cap�tulo dessa trag�dia que se abateu sobre a comiss�o. As pessoas que estavam ali eram pessoas que estavam h� muito tempo e tinham todo o conhecimento do que j� foi feito", disse. Para ele, o PSC, que n�o teria parlamentares ligados � causa, tamb�m n�o possui servidores com o perfil necess�rio para o trabalho. A assessoria de Feliciano sustenta que foi feita uma transi��o para se absorver o m�ximo poss�vel de informa��es dos funcion�rios que deixaram os cargos.
Conselho de �tica
Na tentativa de retirar Feliciano do comando da comiss�o, uma vez que ele se recusa a renunciar, o PPS decidiu entrar na pr�xima ter�a-feira com processo por quebra de decoro parlamentar contra o pastor no Conselho de �tica da Casa. O colegiado tem a possibilidade de decidir por um afastamento de Feliciano da fun��o.
"Precisamos acabar de vez com a situa��o vexat�ria vivida na a C�mara desde a elei��o do pastor para presidir o colegiado", afirmou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).
Para o PPS, al�m das acusa��es de racismo e homofobia, o pastor precisa explicar den�ncias de uso irregular de verbas de sua cota na C�mara. Jordy alega que Feliciano paga com dinheiro p�blico escrit�rios de advocacia que lhe defendem em processos de interesse pessoal. O pastor nega irregularidade. O deputado do PPS defendeu ainda como outra alternativa uma ren�ncia coletiva dos integrantes da comiss�o de Direitos Humanos, mas a ideia deve ser descartada pelos l�deres porque a maioria do colegiado � composta por apoiadores do pastor.
Feliciano respondeu republicando nas redes sociais um v�deo que veio a p�blico no ano passado em que Jordy estaria pedindo a uma namorada para realizar um aborto. Na ocasi�o, o deputado do PPS diz que apenas estava demonstrando cuidado com a gravidez, fruto de um relacionamento fortuito.
Ignorando os protestos e as press�es por sua sa�da, Feliciano segue tentando promover uma agenda na comiss�o. Sua assessoria divulgou que o parlamentar, acompanhado de outros colegas, ir� � Bol�via no dia 9 de abril para tratar da situa��o dos 12 torcedores corintianos presos devido � morte de um garoto durante um jogo da Copa Libertadores, em Oruro. O pastor pretende ainda manter a agenda de audi�ncias p�blicas no colegiado.