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Estado de Minas

Jango pode ter sido envenenado


postado em 04/05/2013 06:00 / atualizado em 04/05/2013 07:29

O filho do ex-presidente da Rep�blica Jo�o Goulart (Jango) Jo�o Vicente Goulart disse que a possibilidade de exuma��o do cad�ver � fundamental para esclarecer a causa da morte do pai. “Entendemos que foi um grande primeiro passo. Acho que o estado brasileiro devia isso n�o s� � fam�lia, porque h� seis anos pedimos ao Minist�rio P�blico Federal, mas � sociedade tamb�m”, disse Jo�o Vicente, que preside o Instituto Jo�o Goulart. Jango morreu enquanto na Argentina, durante o ex�lio pol�tico na Argentina, em 6 de dezembro de 1976, e seu corpo est� enterrado em um cemit�rio em S�o Borja (RS), onde o ex-presidente nasceu.


Em reuni�o no dia 24, o Minist�rio P�blico Federal no Rio Grande do Sul e a Comiss�o Nacional da Verdade decidiram pedir a exuma��o do ex-presidente. O prazo para o procedimento ser feito n�o est� definido. A Secretaria de Mortos e Desaparecidos Pol�ticos tamb�m est� envolvida no processo.

Na �poca em que Jango foi morto, o governo informou que ele havia sido v�tima de um ataque card�aco. O pedido de exuma��o ocorreu para que seja verificado se, na realidade, o ex-presidente n�o foi envenenado. De acordo com Jo�o Vicente Goulart, um dos vest�gios de que Jango pode ter sido assassinado veio do depoimento do uruguaio M�rio Barreto, detido no Rio Grande do Sul, concedido a ele, em 2007. Naquela ocasi�o, Barreto revelou que o servi�o secreto uruguaio teria montado um esquema para matar Jango, como parte da Opera��o Condor (uma alian�a entre as ditaduras militares da Am�rica do Sul). “Al�m disso, ele contou que uma pessoa levou a um agente argentino, que estava no hotel onde meu pai morava na Argentina, alguns produtos que poderiam eliminar uma pessoa. Esse agente teria colocado o veneno em uma c�psula em meio aos rem�dios que Jango tomava diariamente, por ser card�aco”, detalhou.

Segundo Goulart, posteriormente, em 2008, Barreto repassou as mesmas informa��es em depoimento � Pol�cia Federal. “O que queremos agora s�o esclarecimentos. Diante de in�meros ind�cios de que o servi�o secreto tinha a inten��o de assassin�-lo, esperamos que seja entregue uma explica��o plaus�vel sobre o que aconteceu. Eu pe�o a Deus que ele tenha morrido de morte natural, mas diante de tantas evidencias, temos de tirar a d�vida, que permanece no seio da fam�lia. N�o s� por n�s, mas pela hist�ria nacional.”

Metodologia

A procuradora federal do MP-RS Suzete Bragagnolo disse que, a partir de agora, ser�o adotadas medidas preparat�rias para que o procedimento seja feito, como estabelecer a metodologia. “Vamos ver quem deve participar da per�cia. A Comiss�o da Verdade vai ao Uruguai e � Argentina para levantar mais documentos e ver se h� o interesse desses pa�ses em participar da exuma��o”, contou. Segundo ela, a inten��o � que a Pol�cia Federal fa�a a per�cia, mas que, caso seja necess�rio, eles recorrer�o a especialistas fora do pa�s. Na Argentina, a morte do ex-presidente tamb�m est� sendo investigada pela Justi�a, s� que criminalmente, j� que o caso foi considerado imprescrit�vel. N�o h� uma defini��o se haver� uma solicita��o oficial � Justi�a ou se o procedimento obedecer� outro tr�mite legal.

Em mar�o, durante audi�ncia p�blica da CNV em Porto Alegre, a fam�lia do ex-presidente fez um pedido formal para que o corpo fosse exumado. Desde ent�o, o processo, que estava parado no MP-RS, passou a ser analisado. O inqu�rito chegou a ser arquivado em 2011, considerado "inconclusivo". A assessoria da CNV informou que uma das exig�ncias da fam�lia para que a exuma��o fosse feita era a de que houvesse comprova��o de que o procedimento traria conclus�es. Segundo Goulart, uma avalia��o preliminar com patologistas e peritos da Pol�cia Federal e de outros �rg�os mostra que h� pelo menos 50% de chances de a exuma��o dar resultados positivos. “Das 15 possibilidades de componentes e compostos quimicos que podem ter sido usados para matar meu pai, acreditamos que apenas em torno de seis seriam inconclusivas.”

 


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