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Estado de Minas

Audi�ncia P�blica da Comiss�o da Verdade da UnB revela hist�rias de repress�o e tortura

A Comiss�o da Verdade e Mem�ria da UnB continuar� ouvindo depoimentos e deve receber, at� junho, o ex-reitor e atual senador Cristovam Buarque, dentre outras testemunhas


postado em 22/05/2013 08:21 / atualizado em 22/05/2013 08:26

Bras�lia - A Comiss�o da Verdade e Mem�ria da Universidade de Bras�lia (UnB) abriu suas portas para o ex-reitor da institui��o, Antonio Iba�ez Ruiz, e para o jornalista e ex-aluno Rom�rio Schettino. Na primeira audi�ncia p�blica da comiss�o, ambos tiveram a oportunidade de contar suas experi�ncias durante o per�odo da ditadura militar.

Ruiz, em seu per�odo como professor da Unb, nos anos 60 a 80, dividiu com estudantes e membros da comiss�o alguns dos momentos de repress�o ao corpo docente. “As persegui��es eram veladas, de tal forma que criavam condi��es para que voc� n�o pudesse sair, n�o pudesse produzir, dar aulas”. Sua participa��o marcou tamb�m o lan�amento do livro Em Tempos de Pensamento Inquieto, com relatos de sua vida na universidade.

Schettino, que estudou na Unb entre os anos de 1972 e 1979, disse que foi torturado: “Fiquei preso mais de 25 dias sob tortura. Fui recebido com um tapa no ouvido que me deixou zonzo por uns segundos, e interrogado por pessoas que eu nunca soube quem eram, porque eles n�o tiraram o meu capuz”. Ap�s ser liberado pelos militares, Schettino n�o conseguiu retomar imediatamente sua rotina acad�mica e profissional, exilando-se na Europa por dois anos, antes de voltar para o Brasil. “Abandonei a universidade, abandonei meu emprego. Sofri uma interrup��o brutal na minha vida por conta de uma arbitrariedade, de uma decis�o unilateral do Ex�rcito brasileiro”.

Para o jornalista, � importante manter viva a mem�ria do per�odo da ditadura militar no Brasil. “Quando a gente se disp�e a contar essa hist�ria, e reviv�-la, � porque ela n�o pode ser esquecida. Temos de fazer com que as pessoas conhe�am esses depoimentos e reflitam sobre ele, sobre o que n�s estamos fazendo aqui hoje e o que n�s queremos para o Brasil amanh�”.

Ruiz tamb�m demonstrou seu apoio ao trabalho da comiss�o e considera importante a participa��o das testemunhas dos anos de repress�o. “Tenho o maior respeito por esse trabalho. Acho que tem que ser apoiado por todos n�s, principalmente por todos aqueles que participaram de alguma forma e sofreram com a repress�o, para ajudar a montar a nossa hist�ria”.

Cristiano Paix�o, professor da institui��o e coordenador de rela��es institucionais da Comiss�o, refor�ou a import�ncia da parceria com a Comiss�o Nacional da Verdade, do Congresso Nacional. Para ele, a troca de informa��es ajuda na investiga��o de crimes envolvendo estudantes e at� mesmo o fundador da UnB, An�sio Teixeira, que teria morrido ap�s cair no fosso do elevador, de acordo com a vers�o oficial.

“O quadro � de uma grande colabora��o entre a Comiss�o da UnB e a Comiss�o Nacional da Verdade. Na nossa sess�o de instala��o, tivemos a den�ncia de que o fundador da UnB, An�sio Teixeira, teria sido uma v�tima da ditadura. Isso faz parte do grupo de mortos e desaparecidos da Comiss�o Nacional. Estamos trabalhando em sintonia para investigar o caso An�sio e tamb�m o desaparecimento de tr�s estudantes [Honestino Guimar�es, Ieda Santos Delgado e Paulo de Tarso Celestino, desaparecidos no per�odo da ditadura militar].”.


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