A quadrilha composta por 13 servidores p�blicos e empres�rios da constru��o civil, presa nesta segunda-feira em opera��o da Pol�cia Federal, agia h� mais de dez anos. De acordo com as invetiga��es, os envolvidos em fraudes de licita��es p�blicas tamb�m tinham “tent�culos” em cidades do Esp�rito Santo e da Bahia. Marcelo Eduardo Freitas, delegado respons�vel pelas investiga��es, iniciadas em 2011, contou que os bens angariados pela organiza��o criminosa nesse per�odo s�o estimados em R$ 50 milh�es. Por isso, informou o delegado, a Justi�a expediu mandados para o bloqueio de bens diversos, entre im�veis e ve�culos.
O delegado informou ainda que, por enquanto, foi apurado o desvio de R$ 5 milh�es em fraudes em processos de licita��es das prefeituras de Itacarambi e Janu�ria. Ainda de acordo com o policial, esse valor poder� aumentar j� que as investiga��es at� aqui ficaram concentradas nessas duas cidades do Norte mineiro. Ele disse que as fraudes, nessas duas cidades, envolveram loca��o de m�quinas, pavimenta��o de ruas e servi�os de limpeza p�blica.
O delegado disse que a Pol�cia Federal tem ind�cios que outras falcatruas foram cometidas por essa mesma quadrilha em Montes Claros, S�o Francisco, Manga e Jana�ba, todas localizadas no Norte de Minas. A�m disso, a Pol�cia Federal informou que continua a invetigar atua��o dessa organiza��o criminosa em Vit�ria da Conquista e Prado, na Bahia; e em Guarapari, no Esp�rito Santo.
Opera��o
A Pol�cia Federal iniciou a opera��o na madrugada desta segunda-feira, que foi batizada de Set�o-Veredas - uma refer�ncia � obra de Guimar�es Rosa (1956) em que a narra��o � intercalada por v�rios momentos de reflex�o sobre as coisas e os acontecimentos do sert�o. Derivada da express�o latina veredus, o nome atribu�do � a��o representa o estreito caminho a ser seguido no combate � corrup��o p�blica.
Foram expedidos para a realiza��o da opera��o, dez mandados de busca e apreeens�o, 21 mandados de sequestro de valores, bens m�veis e im�veis e 14 mandados de pris�o. De acordo com a Pol�cia Federal, a quadrilha, formada por empres�rios, servidores p�blicos e agentes pol�ticos, atuantes, principalmente, em Janu�ria e Itacarambi, fraudava processos licitat�rios, direcionando as contrata��es para as empresas integrantes da organiza��o criminosa.
Foram fraudadas obras p�blicas, em �reas diversas da constru��o civil, pavimenta��o de vias p�blicas, manuten��o de estradas e de loca��o de m�quinas para a limpeza urbana, que n�o n�o eram sequer fiscalizadas. Os servidores p�blicos envolvidos no esquema atestavam a conclus�o mesmo quando incompletas ou inexistentes.
Em contrapartida, as empresas investigadas emitiam notas fiscais frias sobre trabalhos que n�o foram executadas ou ent�o em desacordo com as especifica��es do projeto.
Ainda de acordo coma Pol�cia Federal, as verbas desviadas eram aplicadas em bens, m�veis e im�veis, localizados em outros estados brasileiros,e colocados em nome de outros empres�rios e de “laranjas”, ligados aos principais membros da organiza��o criminosa.
A Justi�a ainda determinou a quebra do sigilo banc�rio e fiscal dos investigados, bem como a indisponibilidade dos bens das pessoas f�sicas e jur�dicas envolvidas.
Os presos responder�o por crimes contra a administra��o p�blica, forma��o de quadrilha, falsidade ideol�gica e lavagem de dinheiro, dentre outros. Uma vez condenados, as penas m�ximas aplicadas aos crimes podem ultrapassar 30 anos.
Nos �ltimos dois anos, mais de 10 opera��es de combate ao desvio de recursos p�blicos foram deflagradas pela Pol�cia Federal na regi�o.
Minist�rio P�blico de Minas Gerais, por meio da Coordenadoria do Patrim�nio P�blico, atuou conjuntamente com a Pol�cia Federal para o desmonte da organiza��o criminosa.
Com informa��es de Luiz Ribeiro e da Pol�cia Federal