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Estado de Minas DIANTE DOS PROTESTOS

Partidos admitem que v�o ter que repensar o modo de fazer pol�tica


postado em 19/06/2013 06:00 / atualizado em 19/06/2013 07:37


� margem das manifesta��es que tomaram o pa�s desde a semana passada, iniciadas com a demanda pela redu��o do pre�o das passagens de �nibus e que cresceram para uma s�rie de reivindica��es, alguns partidos brasileiros reconheceram ontem que se afastaram do di�logo com os populares. Exclu�dos da organiza��o e rejeitados at� mesmo quando tentaram participar, alguns dirigentes e lideran�as admitiram que precisar�o repensar o modo de fazer pol�tica e ouvir o clamor das ruas. H� tamb�m quem considere que o formato da revolta n�o tenha trazido um recado para as legendas. Diante da massa de brasileiros, o que se tornou un�nime foi o apoio de todos os pol�ticos que se posicionaram.

At� mesmo o pequeno PSOL, com sete anos de exist�ncia, admite: os partidos erraram. “As formas pol�ticas tradicionais n�o s�o percebidas por essa mo�ada como sens�veis �s suas demandas. Essa express�o ‘n�o me representa’, que � permanente no Brasil, � muito concreta. � um desafio de todos, mesmo os partidos menores de esquerda. � preciso se despir dessa linguagem burocr�tica e deixar esse contato com as grandes corpora��es de dinheiro”, afirmou o deputado Chico Alencar (PSOL/RJ). Como o movimento era apol�tico, Alencar arriscou-se a participar da caminhada na Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, mas sem escudo ou bandeira do partido.

O mesmo n�o fez o PSTU, que viu suas bandeiras quebradas ao “penetrar” nas manifesta��es pelo pa�s. “� progressivo o sentimento dessas pessoas contra os partidos e os pol�ticos, porque o que conhecem � essa bandalheira e corrup��o dos partidos tradicionais. Infelizmente a maioria n�o diferencia de partidos como o PSTU, que est� na luta com o povo”, afirmou o presidente do PSTU, Z� Maria. O dirigente atribuiu a rejei��o nas ruas a “punks, anarquistas”: “Os mesmos pelos quais h� anos lutei para terem liberdade de express�o hoje querem tirar o nosso direito de existir, mas continuarei lutando pelo direito de manifesta��o, o deles e o nosso”.

J� para o presidente do PT de Minas Gerais, deputado federal Reginaldo Lopes, as manifesta��es tiveram um car�ter mundial, come�ando na Inglaterra. Ele atribuiu a exclus�o dos partidos e o direcionamento contra os pol�ticos � aus�ncia de posicionamento dos congressistas  sobre temas relevantes para a sociedade, como o aborto e a uni�o civil entre pessoas do mesmo sexo. “O Legislativo abriu m�o de ter posi��es sobre temas conflitantes e isso leva a sociedade a essa rejei��o. Tamb�m h� um movimento sincronizado da m�dia de desqualificar a imagem do Parlamento”, avalia. Lopes admite que “os partidos precisam estar mais vivos e presentes no seio da sociedade”. J� o presidente do PMDB, senador Valdir Raupp, afirmou que as legendas foram exclu�das dos protestos “porque era um movimento apol�tico” e n�o v� falhas no relacionamento com a popula��o. “O meu partido nasceu como um movimento democr�tico que ganhou as ruas. N�o � um partido distante da sociedade”, disse.

No campo oposto, o l�der do DEM na C�mara, Ronaldo Caiado, acredita que os novos meios de comunica��o deram aos populares a chance de assumir o protagonismo ao se manifestar e as legendas n�o souberam acompanhar isso. “N�o � uma coisa de hoje, j� sent�amos que os partidos atualmente n�o est�o se comunicando nem vocalizando o sentimento da popula��o”, disse. Para Caiado, o Congresso tem que entender que a pauta agora ser� essa que colocaram nas ruas”, afirmou.

Tr�s perguntas para...

M�rlon Reis
- Juiz coordenador do Comit� Nacional do Movimento de Combate � Corrup��o Eleitoral

(foto: Antonio Cruz/ABR )
(foto: Antonio Cruz/ABR )


Por que os partidos foram exclu�dos da onda de protestos?
O que acontece � que a pol�tica tradicional est� ruindo. A representa��o como foi constitu�da historicamente n�o convence mais e passa essa situa��o de insatisfa��o, porque os brasileiros n�o se sentem devidamente representados. Um indicativo simb�lico foi o fato de os movimentos terminarem nas sedes do Legislativo, chama aten��o porque o Parlamento � a caixa de resson�ncia da sociedade.

Onde os partidos erraram?
N�o percebendo que a estrutura pol�tica brasileira � similar � do s�culo 19, temos um modelo de representa��o muito caciquista, que concentra nas m�os de poucos as decis�es. Sob pena de a situa��o se agravar, os partidos precisam imediatamente dar sinais de capacidade de compreens�o desse momento.

E por que pautas t�o diferentes foram apresentadas?
N�o vale cobrar uma bandeira, porque a pauta � a pr�pria inconformidade com o fato de n�o ser ouvido. � um grande grito por falar. Os movimentos pol�ticos brasileiros, tanto os hist�ricos quando os atuais, fundados em estruturas hier�rquicas, n�o conseguem compreender essa manifesta��o de grupos horizontais.

 


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