Maria J�lia Lled�
Bras�lia – A passeata que reuniu 4 mil pessoas nesse domingo na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, convocada para protestar contra a PEC 37, terminou na esquina da Avenida Delfim Moreira com a rua Aristides Esp�nola, no Leblon, onde fica a casa do governador do Rio, S�rgio Cabral (PMDB). Desde sexta-feira, dezenas de pessoas est�o acampadas no local. A rua foi fechada e est� protegida por policiais. Sob uma fina garoa, elas ocuparam cerca de duas quadras e gritaram frases contra o governador. O trajeto entre Copacabana e Ipanema foi tranquilo e animado, com palavras de ordem diversas e manifesta��es de apoio da popula��o.
No vidro que protege o Posto 9, eram projetadas imagens de cartazes de outras manifesta��es pelo pa�s com frases como “Acorda Brasil, o pa�s � nosso!”, “Basta!” ou “Enfia os 20 centavos no SUS”, entre outras. Muitos paravam para fotografar.
Policiais militares acompanham a manifesta��o. Um carro do Batalh�o de Opera��es Especiais (Bope) foi vaiado pela multid�o, que emendou gritos e xingamentos ao governador do Rio. O p�blico da passeata foi composto pelas mesmas pessoas que normalmente ocupam o cal�ad�o da orla da Zona Sul carioca. Havia muitas fam�lias com crian�as. �ndios da Aldeia Maracan� tamb�m se juntaram � manifesta��o.
Centenas de pessoas sa�ram do Posto 4 (pr�ximo ao Copacabana Palace), em dire��o ao Forte de Copacabana, ap�s fazerem um apita�o. Os gritos dos outros atos se repetiram, como o “Vem pra rua, vem”. Turistas estrangeiros se misturam � multid�o. Os cartazes simularam placas de tr�nsito com o sinal de proibido sobre a express�o PEC 37.
Os mercados e farm�cias que ainda funcionavam, por volta das 15h30, trabalhavam com apenas parte da porta aberta. Alguns quiosques da Avenida Atl�ntica foram fechados. Os hot�is refor�aram a seguran�a, mas os restaurantes da orla funcionaram normalmente. O gerente do restaurante Mondego, que fica em frente ao ponto de encontro da manifesta��o, Ricardo Portela, disse que n�o montou nenhuma estrutura especial. “A popula��o est� mais calma. N�o acredito que v� ter problemas como os que aconteceram nas outras manifesta��es”, disse.
Ocupa��o
No terceiro dia de ocupa��o de parte da Avenida Delfim Moreira, em frente � resid�ncia do governador S�rgio Cabral, manifestantes abriram uma roda de debate para que moradores e pessoas que caminhavam na orla pudessem participar do movimento. Quem quis a palavra teve tr�s minutos para expor suas ideias, sempre sendo aplaudido ao final de cada discurso. Dentre os temas debatidos estavam os rumos dos protestos, reivindica��es como o fim da corrup��o, a diminui��o dos impostos e a rela��o dos manifestantes com a Pol�cia Militar. “Democracia � isso: a pessoa chega, fala o que pensa e, assim, trocamos experi�ncias”, resumiu o ator Pedro Casarin, que desde sexta � noite dorme na esquina da Rua Arist�des Esp�ndola com a Avenida Delfim Moreira.
O dia foi de protestos tamb�m em cidades do interior de S�o Paulo, como Ubatuba, Orl�ndia e Praia Grande, de Goi�s, como Caldas Novas, e do Rio Grande do Sul, como Ven�ncio Aires, Erechim, Canela, Cap�o da Canoa e Bag�. A tranquilidade, por�m, teve exce��es. Em Fortaleza, onde houve partida entre Nig�ria e Espanha pela Copa das Confedera��es, cerca de mil pessoas participaram de ato na pista que d� acesso ao aeroporto da cidade. A via ficou bloqueada por quase duas horas. V�ndalos picharam e esvaziaram pneus de carros de emissoras de televis�o.