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Estado de Minas

Conflitos e protestos s�o liderados pelos filhos da revolu��o digital

Revoltas nos pa�ses �rabes foram o ber�o das mobiliza��es convocadas e propagadas pelas redes sociais e ajudaram a revelar imagens de protestos e confrontos, mesmo sob censura


postado em 24/06/2013 00:12 / atualizado em 24/06/2013 07:08

Bertha Maakaroun

Primeiro foi a chamada Revolu��o Verde, no Ir�. Experi�ncia pioneira no emprego das redes sociais para a convoca��o ao ativismo pol�tico. Sob o argumento de fraude eleitoral, a partir de 13 de junho de 2009, em Teer�, o Facebook e o Twitter foram as ferramentas usadas pelos partid�rios do candidato derrotado Mussaravi na reelei��o do presidente Mahmoud Ahmadinejad. A onda de protestos foi chamada de verde em refer�ncia � cor da campanha de Mussavi. Em resposta, os defensores do candidato vencedor, Mahmoud Ahmadinejad, tamb�m organizaram manifesta��es, em apoio � vit�ria. Diferentemente da maior parte das mobiliza��es da Primavera �rabe, que se seguiram na Tun�sia, a partir de dezembro de 2010, a mobiliza��o no Ir� n�o foi bem-sucedida. E as redes sociais foram usadas pelo governo para monitorar e desmontar a oposi��o.

Tun�sia, 17 de dezembro de 2010. Num contexto de alto desemprego e de um regime autorit�rio, o vendedor de rua Mohamed Bouazizi, de 16 anos, ateia fogo ao pr�prio corpo em frente � sede do governo regional. Ele teve a sua balan�a confiscada e as frutas jogadas fora por uma funcion�ria municipal, que ainda cuspiu nele e lhe deu um tapa no rosto. Ele procurou o governador local, que n�o quis ouvi-lo. Diante da negativa, o rapaz, desesesperado, encharcou-se com diluente e se imolou, n�o sem antes deixar uma mensagem para a m�e no Facebook pedindo perd�o por ter perdido a esperan�a em tudo. Bouazizi morreu 18 dias depois, em 4 de janeiro de 2011, em um hospital da cidade de Ben Aros. Cinco mil pessoas participaram da prociss�o funer�ria.

Pelas redes sociais o protesto #sidibouzid se tornou s�mbolo contra a injusti�a, a corrup��o dos agentes policiais do governo, acusados de terem tentado extorquir dinheiro do rapaz para devolver-lhe a sua balan�a. Indignados, milhares de jovens tunisianos sa�ram �s ruas. Foi o estopim para a rebeli�o contra uma era autorit�ria e de recess�o econ�mica. Ruas e pra�as foram tomadas, em poucos dias, o presidente Zine el Abidine Ben Ali, que exercia o sexto mandato consecutivo, fugiu. Ele foi oficialmente deposto em 15 de janeiro de 2011.

NILO Muitas outras hashtags vieram. Com as mesmas ferramentas digitais empregadas na Tun�sia, foi a vez dos eg�pcios: entre 25 de janeiro e 11 de fevereiro de 2011, foi disparada a #tahrir, refer�ncia ao principal palco das manifesta��es contra o presidente eg�pcio, Hosni Mubarak. O YouTube era abastecido com fotos, v�deos e depoimentos daqueles dias de f�ria, Revolu��o de L�tus ou Revolu��o do Nilo, todas denomina��es do movimento com protestos e atos de desobedi�ncia civil. Inspirados na Tun�sia, os principais motivos para o in�cio das manifesta��es no Egito foram a viol�ncia policial, as leis de estado de exce��o, o desemprego, o desejo de aumentar o sal�rio m�nimo, a falta de moradia, a infla��o, a falta de liberdade de express�o e as m�s condi��es de vida. O ditador Hosni Mubarak, que esteve no poder durante 30 anos, foi abatido.

Da hashtag #tahir �s outras (#arabsprings, #arabrevolution; #yemen; #syria; #bahrein; #lybia) foi um pulo. Embora apenas uma pequena parcela dos manifestantes tivesse Twitter, pela forte cultura da oralidade no mundo �rabe, o boca a boca difundia-se rapidamente em pa�ses onde se seguiram as mobiliza��es intensas. L�bia, Maurit�nia, Om�, I�men, S�ria, Palestina, Marrocos, Barein e Kuwait, em seu conjunto, integraram a Primavera �rabe, a primeira grande onda de protestos democr�ticos do mundo �rabe no s�culo 21.

INFLU�NCIA
O modelo �rabe das redes digitais ganhou o mundo. Na Espanha foram os protestos do Movimento 15-M, – refer�ncia a maio de 2011. Os jovens, chamados de “indignados”, organizados pelas redes sociais, reivindicavam, no contexto da recess�o espanhola, “Democracia Real Ya!”. No decorrer dos protestos, uma s�rie de reivindica��es pol�ticas, econ�micas e sociais heterog�neas emergiram como reflexo do desejo de mudan�as profundas no modelo democr�tico e econ�mico vigente. Os protestos na Espanha eclodiram num momento em que a juventude estava academicamente mais preparada. As manifesta��es apontavam para um desalinhamento entre a alta escolaridade e as plataformas pol�tico-partid�rias, uma vez que muitos dos jovens consideravam que as legendas n�o os representavam.

 

 


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