
O senador A�cio Neves (PSDB-MG), pr�-candidato a presidente da Rep�blica, justificou nessa segunda-feira a decis�o dos partidos de oposi��o de n�o participar de encontro com a presidente Dilma Rousseff para tratar dos protestos realizados pelo pa�s. Antes de se reunir com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em S�o Paulo, o senador, que preside o PSDB, disse que n�o recebeu nenhum convite e que para ele uma reuni�o "neste instante at� perdeu um pouco o sentido". "Anunciou-se que haveria um convite �s oposi��es, mas ela (Dilma) j� conversou com todos aqueles que costumam concordar com as suas posi��es. Talvez at� pelas oposi��es terem uma posi��o divergente da presidente n�o tenhamos sido convidados", disse.
Na semana passada, o Planalto anunciou a inten��o de Dilma de promover um encontro com os partidos da oposi��o, a exemplo do que fez com as legendas da base aliada, na sexta-feira. A ideia inicial seria reuni-los no mesmo dia do encontro com os aliados, mas a reuni�o acabou n�o acontecendo. Ontem, o PPS e o DEM divulgaram nota rejeitando a possibilidade de um encontro com Dilma.
"At� est�vamos dispostos a aceitar, mas no momento em que parece que a presidente j� teve o am�m ou a aquiesc�ncia daqueles que costumam aquiescer com as posi��es da presidente, n�s temos d�vidas sobre para que seria essa reuni�o", disse o senador.
Ao deixar o encontro com FHC, � noite, o senador rebateu as declara��es da presidente Dilma de que seu governo n�o � "padr�o Fifa", mas sim "padr�o Felip�o". "Este � um governo que se acostumou a pegar carona nas boas coisas, agora no �xito da Sele��o. O que acho � que � um governo paquid�rmico, um governo que n�o cabe dentro de si. Se o Felip�o tivesse um governo padr�o PT, n�o poderia escalar 11, ia escalar 39 jogadores", rebateu o tucano, em refer�ncia ao n�mero de minist�rios.
Ap�s palestra proferida na sede da Sociedade Rural Brasileira, em S�o Paulo, voltou a falar sobre a reforma pol�tica. Segundo ele, a reforma n�o saiu nos 10 anos de governo petista devido � "falta de coragem pol�tica" da atual presidente e de seu antecessor, Luiz In�cio Lula da Silva. "Faltou coragem pol�tica para enfrentar contenciosos dentro da sua pr�pria base".
OUTROS PRESIDENCI�VEIS
Enquanto a presidente Dilma tenta estancar a crise, potenciais advers�rios nas elei��es presidenciais de 2014, al�m de A�cio, intensificaram suas atividades pol�ticas, diante de um novo cen�rio. No fim de semana, a ex-senadora Marina Silva se reuniu com o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto em uma cafeteria de Bras�lia para tratar, entre outros assuntos, das manifesta��es no pa�s. Marina estaria sondando Britto sobre uma eventual composi��o de chapa para 2014, como candidto a vice. Ele nega e afirma que n�o tem pretens�o de concorrer a cargo eletivo. "N�o volto mais para a pol�tica. N�o faz parte do meu projeto de vida. Chance zero", disse o ministro aposentado, que foi filiado ao PT de Sergipe antes de ser indicado, em 2003, pelo ent�o presidente Lula para uma vaga no STF.
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente do PSB e poss�vel nome do partido para concorrer ao Planalto, tamb�m intensificou a agenda. Ontem, participou de reuni�o partid�ria na qual a sigla definiu posi��es, como o fim da reelei��o e das coliga��es proporcionais, al�m da implanta��o de mandato �nico de cinco anos. O PSB vai sugerir que o plebiscito seja aplicado simultaneamente �s elei��es. (Com ag�ncias)
ENCONTRO EXCLUSIVO
O encontro da presidente Dilma Rousseff com a oposi��o acabou se resumindo ontem ao senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Depois da reuni�o, ele disse que a pauta de seu partido para o plebiscito coincide com a de Dilma em dois pontos: o financiamento de campanhas eleitorais e o sistema de votos. O convite ao senador foi feito formalmente pelo ministro da Secretaria Geral da Presid�ncia, Gilberto Carvalho. Dentro do tema reforma pol�tica, Randolfe disse que defendeu o fim das doa��es privadas para campanhas eleitorais e a institui��o do financiamento exclusivamente p�blico, defendida tamb�m pelo PT.