
O governador de S�o Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse na manh� desta quarta-feira que a proposta do governo federal de fazer um plebiscito sobre a reforma pol�tica causa uma "correria enorme e confusa". Em cerim�nia realizada no Pal�cio dos Bandeirantes para o an�ncio do aumento de gastos com a Pol�cia Civil, Alckmin defendeu a import�ncia de uma reforma pol�tica, mas disse que � preciso "entender melhor esse Brasil que nasceu das ruas". "Na forma em que (o plebiscito) est� sendo colocado, parece que com quatro ou cinco perguntas tudo vai ser solucionado", avaliou o governador.
Para Alckmin, os movimentos que tomaram as ruas das principais cidades brasileiras nas �ltimas semanas t�m outras reivindica��es al�m da reforma pol�tica. "N�o � s� uma quest�o eleitoral. Acho que s�o quest�es da vida das pessoas. H� uma quest�o pol�tica que precisa ser enfrentada. Mas a quest�o � a sa�de, a mobilidade urbana, a seguran�a p�blica, que precisam ser enfrentadas, assim como a efici�ncia do gasto p�blico e a quest�o econ�mica, com a infla��o de um lado e o baixo crescimento do outro", disse o governador.
De acordo com o governador, as quest�es que ser�o avaliadas pelo plebiscito s�o muito complexas para serem respondidas de imediato. "Uma das perguntas � (se a pessoa) � a favor do financiamento p�blico ou privado (de campanhas). Pergunta dific�lima de ser respondida por qualquer cidad�o. Depende: se tiver quatro ou cinco partidos no Pa�s, com fidelidade partid�ria, cl�usula de desempenho, at� se pode discutir o financiamento p�blico. Agora, com mais de 30 partidos, como vai aprovar? Muitas perguntas pressup�em outras quest�es que n�o est�o claras", disse.
A reforma pol�tica, na vis�o de Alckmin, deveria ter sido realizada logo no primeiro ano do governo de Dilma. "O presidencialismo tem problemas, mas ele tem uma grande vantagem: aquele que se elege vem com 80 milh�es, 100 milh�es de votos. A legitimidade das urnas, das ruas, � muito forte. E isso precisa ser aproveitado para voc�, no primeiro ano, fazer as reformas que precisam ser feitas", afirmou.
Demagogia
Indagado sobre a declara��o da presidente Dilma Rousseff sobre n�o fazer "demagogia" sobre cortes de gastos do governo federal, o governador respondeu que ela "certamente n�o estava se referindo a S�o Paulo" - na semana passada, Alckmin anunciou cortes de gastos estimados em R$ 350 milh�es.
"N�s n�o fabricamos dinheiro nem vamos aumentar impostos. Quando de um lado, deixa-se de ter uma receita, tem que dizer de onde vai sair o recurso. Quando ningu�m diz de onde vai sair, pode escrever: vai diminuir investimento."