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Estado de Minas

Lavoura no lugar da escola reflete baixo IDHM de cidade mineira


postado em 31/07/2013 06:00 / atualizado em 31/07/2013 07:15

A produção de café sustenta quase 70% da população de Araponga(foto: Fernando Souza/Esp. EM - 15/10/08)
A produ��o de caf� sustenta quase 70% da popula��o de Araponga (foto: Fernando Souza/Esp. EM - 15/10/08)
Das lavouras da pequena Araponga, na Zona da Mata, saem gr�os de caf� frequentemente premiados em concursos nacionais. Por�m, o que � orgulho para os moradores da cidade, distante 284 quil�metros de Belo Horizonte, � tamb�m um dos componentes de uma estat�stica nada nobre, a de segundo pior �ndice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Minas Gerais. A raz�o principal dessa baixa qualidade de vida � a educa��o, que teve o pior desempenho do estado, de 0,339 ante 0,744 de Montes Claros, o melhor de Minas. O indicador ficou tamb�m bem atr�s dos outros dois que comp�em o IDHM: a renda (0,597) e a expectativa de vida da popula��o (0,760).


O presidente da Cooperativa de Cr�dito dos Agricultores Familiares de Araponga, J�sus Ermelindo Macedo, entende que o principal problema � a extens�o do munic�pio, que dificulta o transporte dos estudantes at� as duas escolas que oferecem ensino m�dio, uma na �rea urbana e outra no distrito de Estev�o de Ara�jo. Araponga tem 303km² e � um pouco menor que  Belo Horizonte, com 331km². “O �nibus da prefeitura faz o transporte, mas n�o leva a pessoa at� a porta. Os estudantes t�m que caminhar uma certa dist�ncia. Uns e outros n�o aguentam o esfor�o e acabam desistindo”, afirma Macedo.


A secret�ria municipal de Educa��o, Viviane Aparecida Gomes Moura, informa que h� na cidade 11 escolas municipais, mas elas oferecem apenas o ensino fundamental e est�o localizadas em diferentes pontos da zona rural. O munic�pio tem 8 mil moradores, mas apenas 492 alunos matriculados. “� preciso nuclear as escolas”, avalia a secret�ria. Isto �, reduzir a quantidade de unidades de ensino, pois, segundo Viviane, algumas t�m poucos alunos, o que acaba desmotivando os professores.


Ros�ngela Gon�alves Jacovine, diretora da Escola Estadual C�nego Jos� Ermelindo de Souza, uma das duas escolas de ensino m�dio da cidade, entende que a lavoura do caf� influencia no resultado. Durante a colheita da safra, entre maio e outubro, muitos faltam �s aulas. “H� alunos que v�m uma ou duas vezes por semana”, detalha a diretora. Na an�lise dela, o fato de a economia da cidade ser essencialmente rural tamb�m contribui para o baixo desempenho da educa��o. “A popula��o se casa muito cedo. A menina com 15, 16 anos j� cuida da casa, e o marido, da lavoura de caf�”, diz Ros�ngela.


O secret�rio de Agricultura do munic�pio, Romualdo Jos� de Macedo, estranha a baixa coloca��o. Ele destaca que neste ano quatro produtores locais ganharam os primeiros lugares do Pr�mio Ernesto Illy de Qualidade do Caf�. “Mais de 90% da popula��o de Araponga vive do caf�. Existem produtores pequenos, com 5 mil p�s, at� os grandes, com mais de 200 mil p�s”, informa Macedo. O regime de contrata��o, por�m, � tempor�rio – a maior parte dos moradores trabalha apenas por seis meses, durante o per�odo da colheita. Quase 70% da popula��o vive na �rea rural e, segundo o secret�rio, se beneficiam do pre�o valorizado do caf�. As sacas do gr�o especial chegam a custar R$ 2 mil e as do gr�o comum, cerca de R$ 270.


De acordo com o IDHM, 35,58% dos jovens entre 15 e 17 anos n�o frequentam a escola. O �ltimo levantamento, divulgado segunda-feira, aponta tamb�m que apenas 16% da popula��o de 18 anos ou mais havia completado o ensino fundamental e somente 9,12% o ensino m�dio. Percentuais bem inferiores � m�dia de Minas Gerais: 51,43% e 35,04%, respectivamente.


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