Depois de ocupada por manifestantes, que acamparam por uma semana em suas depend�ncias, a C�mara dos Vereadores de S�o Jos� do Rio Preto (SP) dever� agora receber a instala��o de um vidro para separar os vereadores do p�blico que vai assistir �s sess�es na Casa. O vidro, que dever� ter cerca de 60 metros quadrados, tem objetivo de impedir o contato entre as autoridades e os espectadores que ocupam os 200 lugares da galeria da C�mara. Atualmente s� uma pequena mureta, de mais ou menos 40 cent�metros de altura, separa galeria e plen�rio.
"T�nhamos dez projetos para votar e s� votamos um", disse Paul�ra. Segundo ele, o vidro tamb�m poder� impedir uma poss�vel agress�o a um dos vereadores por parte do p�blico durante a discuss�o de um assunto pol�mico. "Impede que algu�m arremesse algum objeto em dire��o ao plen�rio", diz.
Na �ltima ter�a-feira, dois grupos de espectadores se agrediram fisicamente e gritaram palavras ofensivas aos vereadores. O tumulto come�ou depois que os vereadores arquivaram a Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI) que investigava den�ncias contra o prefeito Valdomiro Lopes (PSD) e seus principais assessores, acusados de receber propinas e presentes milion�rios de empresas que participaram de concorr�ncias p�blicas no munic�pio.
A preocupa��o com a seguran�a n�o � novidade na C�mara: na semana passada, a presid�ncia da Casa instalou um detector de metais na portaria e nesta segunda entrou em opera��o catracas para identificar qualquer pessoa que entrar na Casa. Para a pr�xima sess�o, nesta ter�a-feira, Paul�ra promete retirar da galeria as pessoas que impedirem a sess�o, mas que se as pr�ximas tr�s sess�es forem calmas, sem tumulto, ele desiste do "projeto blindagem".
Entretanto, a sess�o promete ser agitada porque os manifestantes j� anunciaram ato p�blico e a PM diz que vai refor�ar o policiamento. "Ainda n�o decidimos, mas vamos estar l� para criticar essa medida antidemocr�tica", disse F�bio Luppi, um dos l�deres dos manifestantes que acamparam na C�mara por uma semana. "Isso � um gasto desnecess�rio e s� serve para afastar a popula��o das decis�es pol�ticas", completou.
O comandante da PM, coronel Azor Lopes da Silva J�nior, confirmou o refor�o no policiamento "depois do tumulto da �ltima sess�o". "Ainda n�o sabemos quantos homens vamos usar, mas � certo que refor�aremos o policiamento dentro e fora da C�mara", disse o coronel. Para ele, "a coloca��o do vidro, como isolante ac�stico, � bem vinda".
Embora a maioria dos vereadores seja contra a instala��o do vidro, na sexta-feira, 2, quatro dos sete l�deres de partidos aprovaram o "Projeto de Blindagem". Inicialmente, o vidro seria blindado, mas agora, devido �s press�es da popula��o e de vereadores, o presidente da C�mara diz que ser� um vidro comum, o que reduziu o custo com o projeto, de R$ 120 mil para R$ 40 mil. "N�o h� necessidade de vidro blindado, mas o detector de metais n�s colocamos porque houve informa��es da imprensa de que pessoas armadas entraram no plen�rio", diz Paul�ra. Com as catracas e detector, Paul�ra gastou R$ 14 mil.