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Estado de Minas

Com duplica��o da BR-381, n�mero de mortes pode cair at� 60%

Com a duplica��o total da BR-381, risco de acidentes ser� menor. Mas isso n�o basta: � preciso p�r fim � imprud�ncia ao volante


postado em 18/08/2013 06:00 / atualizado em 18/08/2013 07:39

O perigo da pista simples: batida frontal entre carreta e caminhonete, em Caeté, acabou envolvendo outros veículos e deixou quatro mortos (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)
O perigo da pista simples: batida frontal entre carreta e caminhonete, em Caet�, acabou envolvendo outros ve�culos e deixou quatro mortos (foto: Jair Amaral/EM/DA Press)


A duplica��o da BR-381 pode reduzir em at� 60% o n�mero de mortes contabilizadas diariamente na rodovia, mas, de in�cio, devido aos recursos judiciais e � revoga��o de dois dos lotes da licita��o, a certeza � de que somente 15,65% dos �bitos ser�o evitados, segundo levantamento exclusivo feito pelo Estado de Minas com base no Anu�rio Estat�stico de Acidentes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O percentual � referente aos quatro segmentos que j� tiveram definidas as empreiteiras respons�veis pelas obras.

Consideradas as mais fatais, as colis�es frontais e transversais somam 70 das 115 v�timas registradas na estrada em 2011, �ltimo levantamento feito pelo Dnit, o que garante ao trecho entre Belo Horizonte e Jo�o Monlevade a alcunha de Rodovia da Morte. Com a duplica��o dos 303 quil�metros at� Governador Valadares, os riscos desses tipos de acidente ficar�o na mem�ria, mas um alerta: outras varia��es podem ocorrer se a soma de imprud�ncia e falta de fiscaliza��o permanecer, repetindo o case da Fern�o Dias (trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e S�o Paulo), onde, depois da duplica��o, o n�mero de acidentes, apesar de menor impacto, tiveram aumento.

Por enquanto, o martelo foi batido somente para quatro dos 11 lotes da licita��o. No entanto, dois deles s�o apenas para t�neis. Ou seja, as melhorias est�o garantidas somente para 66 quil�metros. Cinco dos 11 lotes licitados ainda n�o foram homologados devido � apresenta��o de recursos em rela��o �s notas dadas pela comiss�o do Dnit. A disputa administrativa pode ser encerrada no pr�ximo m�s, mas, no caso de os recursos extrapolarem a esfera administrativa, a decis�o pode parar na Justi�a, protelando as sonhadas melhorias. Juntos, os segmentos somam tr�s quartos das mortes na rodovia.

A duplica��o de dois dos trechos mais perigosos da estrada dependem dessa defini��o. O segmento de 33 quil�metros entre Jo�o Monlevade e o Rio Una (pr�ximo a S�o Gon�alo do Rio Abaixo) � o mais cr�tico deles. Segundo a estat�stica, foram 27 mortes. No per�odo, o c�lculo de mortes por quil�metro ficou em 0,81, o mais alto entre os trechos que a rodovia foi dividida para a licita��o. O alto n�mero pode ser atribu�do principalmente �s 17 v�timas de colis�es frontais e uma de um acidente transversal.

N�o menos perigoso � o trecho entre Caet� e o entroncamento com a MG-020, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte. Tamb�m situado na Rodovia da Morte, famosa por ter 200 curvas em menos de 100 quil�metros, onde nos 18 quil�metros foram registrados 280 acidentes em um ano, com 14 mortes. Novamente, mais da metade de acidentes caracter�sticos de rodovia com pista simples, quatro de colis�es frontais e quatro de transversais.

A defini��o da empresa que vai executar as obras de dois lotes deve se arrastar um pouco mais. Os valores apresentados para os lotes seis e sete ficaram acima do or�amento definido pelo Dnit e as empresas interessadas n�o aceitaram reduzir as propostas at� o teto or�ament�rio do �rg�o. Com isso, novos editais devem ser publicados. E os riscos das batidas de frente nos quase 40 quil�metros entre Ribeir�o Prainha e Jo�o Monlevade continuar�o.

Risco Acelerado

“O pior acidente de todos � a colis�o frontal. A velocidade dos dois ve�culos � somada”, afirma o consultor de transporte e tr�nsito Osias Baptista. O especialista aponta tr�s fatores para a repeti��o insistente das cenas tr�gicas: geometria da estrada, com sequ�ncias de curvas; ultrapassagens malfeitas devido � quase inexist�ncia de pontos onde a manobra � permitida; e, por �ltimo, o excesso de velocidade dos motoristas. “S�o fatores que s�o inibidos com a duplica��o. Espero n�o ver na estrada nova uma placa alertando para curva perigosa”, diz.

A avalia��o do chefe do setor de Comunica��o Social da Superintend�ncia de Minas Gerais da Pol�cia Rodovi�ria Federal, Aristides Amaral J�nior, � de maior ceticismo em rela��o aos efeitos da duplica��o sobre os acidentes e v�timas. “A duplica��o � necess�ria, mas n�o significa que v� reduzir o n�mero de acidentes”, diz. O inspetor concorda que as colis�es em rodovias de pista simples t�m maior impacto, mas afirma que a pista em melhores condi��es se torna um atrativo para que os motoristas pisem fundo, caso n�o sejam tomadas medidas para combater os excessos. “Tr�nsito n�o � uma a��o isolada. � preciso instalar radares, aumentar a educa��o e diminuir a sensa��o de impunidade”, diz J�nior, citando o caso da Fern�o Dias, onde o n�mero de mortes n�o teve redu��o.

O inspetor cita o caso dos Estados Unidos como exemplo a ser seguido, lembrando que, l�, o medo de ser punido torna o condutor mais prudente, enquanto no Brasil os processos s�o mais morosos e as penas mais brandas. “N�o � que eles sejam mais educados que a gente. Nem que sejam melhores motoristas. Eles respeitam, porque sabem que podem ser flagrados, enquanto aqui, apesar de a nossa legisla��o de tr�nsito ser uma das mais r�gidas do mundo, a execu��o � falha. � como um pai bravo que amea�a o filho uma, duas, 10 vezes, mas nunca o coloca de castigo”, afirma.

(foto: Arte EM)
(foto: Arte EM)


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