Bras�lia - Para apaziguar os �nimos e permitir a retomada do julgamento do mensal�o em clima menos conflagrado, ministros do Supremo Tribunal Federal esperam uma interven��o do decano da Corte, Celso de Mello, na sess�o desta quarta-feira. Ningu�m acredita em um pedido de desculpas do presidente do STF, Joaquim Barbosa, ao ministro Ricardo Lewandowski pelas cr�ticas feitas na semana passada.
Um pedido de desculpas de Barbosa ou uma interven��o de Celso de Mello poder�o fazer com que Lewandowski desista de apresentar uma quest�o de ordem � Corte para garantir o direito ao voto. Amanh�, a tese encampada por Lewandowski e que esteve no centro da discuss�o ser� derrotada pelos demais integrantes.
Na semana passada, ap�s a discuss�o em plen�rio e os xingamentos a portas fechadas, Barbosa foi procurado por integrantes da Corte. Um deles foi Luiz Fux, um dos poucos aliados do presidente na atual composi��o. De acordo com ministros, al�m de Fux e Celso de Mello, outros emiss�rios teriam tamb�m procurado o presidente do STF na tentativa de serenar os �nimos.
Reservadamente, Barbosa rejeita a possibilidade de se retratar, o que foi pedido publicamente por Lewandowski ainda na sess�o de quinta-feira, quando o presidente o acusou de fazer chicanas para beneficiar os r�us do mensal�o. Por�m, a interven��o do decano da Corte pode amainar o clima, servir de desagravo a Lewandowski e encerrar este novo epis�dio no julgamento.
Tese derrubada
Com o julgamento retomado, a tese defendida por Lewandowski na sess�o da semana passada e que beneficiaria o ex-deputado Bispo Rodrigues (PR-RJ) ser� definitivamente derrubada. Apesar de terem se manifestado reservadamente em favor de Lewandowski, os ministros afirmam em un�ssono que n�o haveria provas que permitissem ao tribunal reduzir a pena de 6 anos e 3 meses imposta a Rodrigues.
Para a maioria do tribunal, n�o h� provas de que o ex-deputado tenha recebido ou prometido ajudar o governo em troca do mensal�o antes de dezembro de 2003. Dessa forma, Bispo Rodrigues seria enquadrado na nova legisla��o, aprovada em dezembro daquele ano e que aumentou as penas previstas para o crime de corrup��o.
Pr�ximos recursos
Encerrado este cap�tulo do julgamento, o tribunal analisar� os recursos de outros r�us. Barbosa havia dito, na semana passada, que os pr�ximos recursos seriam do operador do mensal�o, o empres�rio Marcos Val�rio Fernandes de Souza, e do ex-tesoureiro do PT Del�bio Soares. No entanto, o presidente poder� alterar o cronograma.
De acordo com sua assessoria, n�o ser�o julgados nesta semana os pedidos feitos por parte dos r�us do mensal�o por um novo julgamento. O plen�rio ter� de decidir se aceita ou rejeita os embargos infringentes. Se aceitos, garantiriam a 11 r�us uma nova chance. Nesse caso, o recurso seria distribu�do para um novo ministro e, no m�nimo, adiaria a conclus�o do processo para 2014.