O senador Roberto Requi�o (PMDB-PR) cobrou em plen�rio nesta quinta-feira que seu partido, o PMDB, retome o protagonismo na pol�tica brasileira e abandone a postura passiva a que teria se acostumado nos �ltimos anos. Usando como refer�ncia a passagem b�blica sobre Esa�, que trocou com o irm�o Jac� os benef�cios de ser o primog�nito da fam�lia por um prato de lentilhas, o senador acusou o PMDB de estar sendo “adesista” ao governo apenas em troca de cargos pol�ticos.
Requi�o criticou o que considera uma omiss�o do PMDB diante da pol�tica econ�mica adotada pelo atual governo. O senador alertou que a visibilidade do partido � enorme ao integrar o governo e comandar as duas Casas do Legislativo – o Senado Federal e a C�mara dos Deputados –, mas em nada tem contribu�do para benef�cio real da popula��o. Ao contr�rio, a passividade do partido diante da atual crise econ�mica, na avalia��o do parlamentar, seria mais uma amea�a ao pa�s.
“Que resposta o nosso PMDB d� � inconsequ�ncia de uma pol�tica econ�mica que vive da nota s� das desonera��es? � valoriza��o do c�mbio e ao aumento dos juros? Ser� que o PMDB ainda n�o entendeu que o c�mbio valorizado e os juros altos impelem o Brasil para a desindustrializa��o, ao desequil�brio do balan�o de pagamentos, � sangria da remessa de lucros e intensifica o risco da diminui��o da oferta de empregos? Como podemos ser t�o obtusos, t�o tapados diante das consequ�ncias sinistras do real valorizado e dos juros altos? “, provocou.
Propostas
Roberto Requi�o esclareceu que a inten��o de seu pronunciamento era ter uma conversa “franca” com o presidente do partido, o vice-presidente da Rep�blica, Michel Temer, j� que o PMDB estaria “fechado sob sua batuta” e sem espa�o para discuss�es internas.
O senador apresentou na tribuna propostas que, em sua opini�o, poderiam “sacudir o partido” da letargia em que se encontra. A primeira delas � a realiza��o imediata de um semin�rio para debater a crise econ�mica e elaborar um programa com a cataloga��o das medidas a serem adotadas a curto e m�dio prazo pelo governo.
A segunda proposta � realizar conven��o nacional extraordin�ria para debater e ratificar o programa econ�mico a ser defendido pela legenda; aprovar um programa m�nimo de reforma pol�tica; e organizar uma caravana para debater essas decis�es nos estados e principais cidades do pa�s.
Por fim, o senador defendeu que a decis�o quanto ao lan�amento de candidatura pr�pria � Presid�ncia da Rep�blica seja submetida �s bases do partido. Para ele, a frequ�ncia com que a legenda abdica de candidaturas presidenciais � a “constrangedora assinatura da resigna��o”.
“ De que vale todo o nosso tamanho? De que valem a Vice-Presid�ncia da Rep�blica e o comando do Congresso, se isso n�o tem como resultado a transforma��o do pa�s? Se a nossa posi��o de maior partido do Brasil n�o traz, como consequ�ncia, uma verdadeira revolu��o, para mudar essa ordem das coisas t�o injusta e t�o vergonhosa, � v� toda a nossa exist�ncia. O nosso peso e tamanho transformaram-se em deformidade. A nossa magnitude, status e relev�ncia soam rid�culos, caricatos, grosseiros, grotescos “, declarou.
Em aparte, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) concordou que o partido precisa ser mais ativo na pol�tica brasileira e que o mais grave na atual situa��o � que resvalam no PMDB todas as medidas negativas do governo, ainda que n�o haja peemedebistas envolvidos nas decis�es. J� o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) apoiou a inten��o de Requi�o de retomar o debate sobre reforma pol�tica. (Com Ag�ncia Senado)