
O Correio analisou alguns casos e constatou que servidores efetivos do Centro de Inform�tica e Processamento de Dados do Senado Federal (Prodasen) conseguiram segurar filhos e irm�os no emprego. Marcelo de Carvalho Lisboa, supervisor da Connectcom, por exemplo, � filho de Otavio de Morais Lisboa, analista legislativo do Servi�o de Suporte � Infraestrutura e Esta��es de Trabalho.
As irm�s Selma Paula dos Santos Moniz e Fernanda Mary dos Santos Moniz, que conseguiram permanecer na nova prestadora, s�o filhas do chefe do Servi�o de Rela��o com Mantenedores do Prodasen, Paulo Fernando Moniz. “Queria, e falei isso para elas, que elas fossem mandadas embora. Tenho certeza absoluta de que, com menos de um ano, elas tinham passado no concurso, pela forma��o que as duas t�m”, disse Moniz.
Segundo o servidor, a contrata��o das filhas n�o teve a influ�ncia dele. “Todas elas s�o formadas, t�m curso de ingl�s. Mas t�m coisas na vida que voc� j� n�o tem controle. N�o tenho cargo de dire��o para fazer contrata��o”, argumentou.
Efetiva do gabinete do presidente do Senado, Ros�ngela Del Giudice Alcantara tem o irm�o Alex Del Giudice Alcantara como supervisor na prestadora de servi�o. A tamb�m supervisora da Connectcom Bianca Schietti Assump��o � filha de Rosemary Schietti Assump��o, servidora da Secretaria de Apoio a Conselhos e �rg�os do parlamento.
A Casa comunicou que “os funcion�rios admitidos por empresas de terceiriza��o de m�o de obra que mant�m contrato com o Senado Federal assinam declara��o de inexist�ncia de parentesco com senadores e servidores ocupantes de cargos ou fun��es comissionadas de dire��o”. A assessoria de comunica��o afirmou que, “identificada a ocorr�ncia de declara��o falsa, o autor e a empresa est�o sujeitos �s penas da lei”.
O Senado assegurou que o contrato firmado com a Connectcom “prev� penalidades de grau 5 para o caso de tais contrata��es”. Os casos apontados pelo Correio est�o sendo apurados pela Casa. “O Senado determinar� � empresa de terceiriza��o a demiss�o de todos os funcion�rios que prestaram informa��es falsas a respeito de rela��es de parentesco n�o permitidas com senadores e servidores”.
Cortes
Com o an�ncio da presid�ncia do Senado, no in�cio do ano, de que reduziria gastos com terceirizados, houve um movimento para proteger apadrinhados. Antes mesmo de o contrato com a Servegel Apoio Administrativo e Suporte Operacional acabar, no fim deste m�s, diretores do Senado come�aram a manobrar para preservar aliados, contratando-os em cargos de confian�a. S� na Secretaria de Recursos Humanos, ao menos seis pessoas deixaram a Servegel e foram admitidas como comissionadas da Casa, a exemplo de Kennya Rezende Barbosa e Sidineia Rodrigues da Silva. Procuradas, elas n�o quiseram falar sobre o assunto.
A Servegel � uma das maiores terceirizadas do Senado, com 512 funcion�rios. Em 2009, ficou famosa por casos de nepotismo cruzado. Depois da decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) que proibiu o favorecimento de parentes nos Tr�s Poderes, o Senado demitiu v�rios funcion�rios, mas alguns foram readmitidos por terceirizadas, entre elas a Servegel. Mais tarde, com den�ncias de parentes na empresa, a Casa editou a norma proibindo a contrata��o por essa via.
O Senado disse, por meio da assessoria de imprensa, que “novas pr�ticas de gest�o, aliadas � reforma administrativa que entrou em vigor em julho, resultaram na racionaliza��o dos trabalhos e na menor necessidade de m�o de obra” e que a Casa economizar� R$ 44,8 milh�es em dois anos com o fim do contrato com a Servegel. Sobre a nomea��o de ex-terceirizados como comissionados, o Senado diz que “o fato de o nomeado ter trabalhado em empresa terceirizada pelo Senado n�o constitui impedimento para a nomea��o, desde que observadas as veda��es legais”.