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Estado de Minas

Pistoleiro complica M�nica no julgamento da Chacina de Una�

R�u confessa ter atirado em servidores de minist�rio a mando do 'rei do feij�o', que teria pago R$ 50 mil


postado em 30/08/2013 06:00 / atualizado em 30/08/2013 06:49

Preso logo após a chacina, Erinaldo negociou redução de pena e admitiu crime (foto: Marcelo Sant'Anna/EM/ d.a press %u2013 28/9/04 )
Preso logo ap�s a chacina, Erinaldo negociou redu��o de pena e admitiu crime (foto: Marcelo Sant'Anna/EM/ d.a press %u2013 28/9/04 )


A execu��o de quatro servidores do Minist�rio do Trabalho, v�timas de tocaia em uma estrada vicinal de Una� em janeiro de 2004, custou R$ 50 mil, desembolsados pelo fazendeiro Norberto M�nica, o “rei do feij�o”, de acordo com Erinaldo Vasconcelos Silva, de 49 anos, um dos acusados do crime. Al�m de confessar ter sido o autor dos disparos que mataram pelo menos duas das quatro v�timas, Erinaldo disse que o fazendeiro lhe ofereceu mais R$ 300 mil, depois da pris�o do grupo, para apresentar � Justi�a a vers�o de que o crime, que teve repercuss�o internacional e se tornou conhecido como Chacina de Una�, havia sido simplesmente um assalto para roubar a caminhonete em que o grupo viajava.

A confiss�o veio no terceiro dia de julgamento dos tr�s acusados de serem os autores dos disparos – al�m de Erinaldo, Rog�rio Alan Rocha Rios, de 33, e William Gomes de Miranda, de 31. Durante a sess�o de anteontem, o cerealista Hugo Pimenta tamb�m confirmou o crime e complicou a situa��o do fazendeiro, com a mesma acusa��o de mando. Tanto Hugo quanto Erinaldo decidiram revelar a verdade em troca de benef�cios judiciais. A decis�o pode significar redu��o de at� dois ter�os da pena total. Hugo Pimenta j� tinha negociado seu perd�o com o Minist�rio P�blico Federal em 2007, quando prestou novo depoimento, em troca de aguardar o julgamento em liberdade.

Apesar da confiss�o detalhada, Erinaldo n�o se conteve e chorou ao relatar a ordem que recebeu para executar todos os que estivessem acompanhando o auditor fiscal Nelson da Silva, que seria o verdadeiro alvo do fazendeiro, em raz�o das in�meras multas aplicadas contra M�nica por descumprimento da legisla��o trabalhista. “Mata todo mundo”, foi a ordem que ele disse ter recebido do intermedi�rio do fazendeiro, Jos� Alberto de Castro, o Zezinho, que negociou sua contrata��o. No dia do crime, Nelson estava acompanhado dos colegas Jo�o Batista Lages e Erat�stenes de Almeida Gon�alves. O grupo era conduzido pelo motorista Ailton Pereira de Oliveira.

O pistoleiro afirmou tamb�m que, apesar de n�o ter tido contato direto com Norberto at� a pris�o, em julho de 2004, apenas 20 dias depois da chacina, ele recebeu proposta de intermedi�rios do fazendeiro para fazer nova execu��o, desta vez, no Paran�. “Ele disse que queria matar uns irm�os que lhe deram um preju�zo financeiro em um neg�cio. N�o aceitei, porque j� estava arrependido das mortes que aconteceram em Una�.” Antes de encerrar o depoimento, Erinaldo se levantou e pediu perd�o aos familiares das v�timas que estavam na plateia. “Eu estou arrependido. Pe�o perd�o. Mas se fosse eu n�o perdoaria, porque tenho filhos e sei que os deles nunca mais ter�o pai”, disse, em desabafo entrecortado pelo choro.

 Entre os que assistiam ao julgamento estavam dois filhos do pol�tico Ant�rio M�nica, apontado como outro mandante das execu��es. Contrastando com a tristeza e revolta das vi�vas Helba Soares da Silva e Maria In�s Lima de Laia, eles comemoraram quando Erinaldo disse que n�o teve contato com Ant�rio antes do crime, o que foi interpretado como uma declara��o de inoc�ncia do pol�tico. Hugo Pimenta, outro r�u confesso, tamb�m evitou comentar a participa��o de Ant�rio, alegando que falaria em outra oportunidade. A tentativa de blindar o irm�o de Noberto est� causando apreens�o �s vi�vas, que n�o t�m d�vida de seu envolvimento.

Ao contr�rio do outro acusado, o r�u Rog�rio Alan negou qualquer participa��o no crime, em depoimento que come�ou �s 21h55. Durante 45 minutos, ele respondeu apenas a perguntas da ju�za Raquel Vasconcelos Alves de Lima e de seu advogado, reservando-se o direito de ficar calado diante dos questionamentos da acusa��o. O acusado alegou que foi obrigado a confessar o crime mediante tortura, desde o dia em que foi preso. Ele se disse inocente, afirmou que nunca nem esteve em Una� e justificou um registro em seu nome em hotel da cidade dizendo que seus documentos foram usados por outra pessoa.

O �ltimo depoimento da noite foi de William Gomes, que s� respondeu a perguntas de seu advogado. Ele negou tamb�m participa��o no crime. Hoje ter�o in�cio os debates entre a acusa��o e defesa, com previs�o de t�rmino da sess�o na madrugada de s�bado. (Com Landercy Hemerson)


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