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Estado de Minas

Comiss�o ouve religiosos que colaboraram com ditadura

Na ter�a-feira, 17, em depoimento � comiss�o no Rio, o economista e ex-preso pol�tico Marcos Arruda, preso e torturado em 1970, contou que, na cadeia, esteve com dois capel�es


postado em 18/09/2013 18:33

O grupo de trabalho da Comiss�o Nacional da Verdade que se prop�e a esclarecer a atua��o de igrejas durante a ditadura militar poder� chamar a depor religiosos que colaboraram com o regime. S�o pessoas de dif�cil identifica��o, j� que seus nomes n�o constam de documentos, e que n�o seriam necessariamente obrigados a falar o que sabem, segundo Jorge At�lio, coordenador do grupo.

Na ter�a-feira, 17, em depoimento � comiss�o no Rio, o economista e ex-preso pol�tico Marcos Arruda, preso e torturado em 1970, contou que, na cadeia, esteve com dois capel�es. Arruda disse a um deles que sua vida dependia que sua fam�lia fosse avisada de sua deten��o, mas ainda assim o religioso se recusou a ajud�-lo.

Sabe-se que havia capel�es dentro dos quart�is do DOI-Codi que tinham conhecimento das torturas e silenciavam a respeito. H� relatos de dela��es por parte de religiosos que resultaram em deten��es e demiss�es.

Nesta quarta-feira, 18, a historiadora e ex-presa Jessie Jane relatou que o ent�o arcebispo do Rio Dom Eugenio Sales (1920-2012) proibia que os presos pol�ticos tivessem assist�ncia dos religiosos da pastoral carcer�ria, diferentemente do que acontecia com os presos comuns.

No outro extremo, Jessie relatou a solidariedade que recebeu de Dom Waldyr Calheiros, bispo de Volta Redonda, que a acolheu e lhe deu trabalho quando de sua sa�da de nove anos de pris�o, em 1979.

"Eu ficava intrigada: como � que podia uma mesma igreja ter um homem do sistema, como Dom Eugenio, e Dom Waldyr, que abra�ava os direitos humanos para al�m das ideologias?", contou Jessie. Ela citou tamb�m o padre italiano Renzo Rossi (1925-2013), que auxiliou militantes de esquerda, visitou pres�dios e ajudou em fugas.

"Todas as igrejas tiverem os dois lados, o dos que ajudaram a criar o clima que possibilitou o golpe e depois aderiram, legitimaram e consolidaram a ditadura, e os que resistiram. Existe muita literatura sobre a resist�ncia e quase nada sobre o colaboracionismo", explicou o cientista social e ex-preso Anivaldo Padilha, que idealizou o grupo justamente com o objetivo de fazer essa revis�o hist�rica.

O segundo a depor nesta quarta foi o padre Geraldo Lima, que exaltou o trabalho de Dom Adriano Hip�lito (1918-1996), bispo de Nova Igua�u. Ele chegou a ser sequestrado, torturado e ter bombas jogadas em seu carro e dentro de sua igreja por sua defesa dos direitos humanos.


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