
Pouso Alegre e Varginha – A pequena Emilly Gabriele de Souza, de apenas 1 ano de idade, passa os dias em uma creche improvisada no Bairro S�o Crist�v�o, em Pouso Alegre, no Sul de Minas. A constru��o de uma unidade de educa��o infantil na regi�o deveria ter terminado em novembro do ano passado, caso o prazo previsto fosse cumprido. “Vai ficar muito boa, mas est� demorando muito”, reclama a m�e de Emilly, Talita de Souza. Ela e o pai, Rilson de Souza, dependem da creche para deixar a filha enquanto trabalham em uma ind�stria de medicamentos. “Parece que a constru��o foi abandonada e ningu�m sabe o que aconteceu”, afirma Rilson.
A creche estava entre as promessas que o prefeito de Pouso Alegre, Agnaldo Perugini (PT), fez a popula��o e ao Estado de Minas, antes de tomar posse. Ele disse que entregaria seis unidades de educa��o infantil entre junho e agosto, mas em uma tarde de ter�a-feira, no fim de setembro, n�o havia nenhum oper�rio nas obras da unidade do Bairro S�o Crist�v�o. A obra atrasou, segundo o prefeito, depois que t�cnicos do Minist�rio da Educa��o (respons�vel pelo financiamento) visitaram o local e constataram o uso de um material diferente do previsto na caixa d’�gua. “Embora eles tenham anotado que a qualidade do material era melhor, foi preciso mandar uma ordem para Bras�lia e modificar o processo. S� isso travou a obra cinco meses”, alegou ele, que admite n�o ter conseguido cumprir os compromissos dentro do prazo estipulado.
Perugini diz que n�o conseguiu tamb�m implantar o servi�o de atendimento m�vel de urg�ncia (Samu) devido a falta de um conv�nio regional, mas argumentou que a casa para a sede do servi�o j� foi “identificada”. Ele garantiu que as duas unidades de sa�de est�o funcionando e que tr�s farm�cias est�o prontas. A reportagem visitou uma delas, no Bairro Jardim Alvorada: a obra foi conclu�da, mas a unidade n�o estava em funcionamento. Entre todas as promessas a mais avan�ada e que, provavelmente, ser� entregue no prazo previsto � a obra de constru��o do Dique Dois, para evitar as recorrentes inunda��es do Rio Mandu.

O prefeito de Varginha, Ant�nio Silva (PTB), que j� governou a cidade em duas ocasi�es fez promessas simples, mas nem assim conseguiu cumpri-las. A primeira era providenciar a capina das ruas e fazer uma opera��o tapa-buraco. Ao circular pelas ruas � poss�vel observar as marcas de recapeamento no asfalto. A capina, por�m, deixa a desejar. Na travessa Targino Nogueiro, bem ao lado da Igreja Matriz do Divino Esp�rito Santo, no Centro, o mato cresce na sarjeta. O prefeito admite que a opera��o n�o aconteceu como esperado, mas justifica dizendo que n�o conseguiu firmar acordo com a Justi�a, que cederia 60 detentos para trabalhar na capina e limpeza das ruas. Conseguiu a libera��o de apenas oito presos. “Estou licitando uma empresa para fazer a o servi�o, com 20 empregados”, disse.
A promessa de reformar oito escolas municipais ainda n�o foi cumprida. A Escola Santinha Sales Gontijo, no Bairro Centen�rio, n�o viu nenhuma m�o de tinta. “A estrutura � muito ruim e precisa de pintura e de reformar o telhado”, afirma a empregada dom�stica Vilma Carvalho, cujo neto estuda na escola em que os quatro filhos dela tamb�m estudaram. O prefeito alega que recebeu a prefeitura com uma d�vida de R$ 117 milh�es, sendo a maior parte (R$ 100 milh�es) relativa ao fundo de previd�ncia dos servidores. Os R$ 17 milh�es restantes se devem a d�vidas com vencimento de curto e m�dio prazo. A prefeitura pagou R$ 10,7 milh�es. “Fizemos uma reengenharia de c�lculo e a d�vida est� sendo equacionada”, garante o prefeito.
Po�os de Caldas
O endividamento � a principal raz�o alegada pelo prefeito de Po�os de Caldas, Dr. Elo�sio (PT), para n�o ter cumprido o que prometeu dentro do prazo. “A realidade � pagar conta. As d�vidas t�m um custo alto para o governo”, lamenta. J� os vereadores da oposi��o criticam o gasto com a contrata��o de consultorias para o setor financeiro. “Uma boa administra��o deveria usar o secretariado para isso”, afirma o vereador Marcos Sans�o (PSDB).
O prefeito havia prometido que at� o in�cio do ano que vem conseguiria o equil�brio financeiro do governo. Encontrou o caixa com R$ 43 milh�es em d�vidas de restos a pagar, com um prazo curto para negociar; R$ 8 milh�es relativos ao INSS do funcionalismo e mais R$ 50 milh�es de d�bitos de longo prazo. Pagou R$ 35 milh�es dos restos a pagar e acredita que at� o final de ano quite os R$ 8 milh�es restantes.
Sobre a reforma das quadras e equipamentos municipais o prefeito diz contar com verbas de emendas parlamentares e afirma que est� na fase de elabora��o de projetos. J� para a reforma dos pontos tur�sticos ele garante estar um pouco mais adiantado e que existem ordens de servi�o para reformas do Parque Ant�nio Molinari, do Country Club e da Pra�a Pedro Sanches. A verba tamb�m � oriunda de emendas parlamentares.