Na compra de votos Brasil afora as moedas s�o muitas. Vale tudo para conquistar de maneira il�cita a simpatia do eleitorado, at� mesmo dentadura. Caso da cidade mineira Frei Inoc�ncio, no Vale do Rio Doce, com cerca de 9 mil habitantes. O prefeito reeleito, Carlos Vin�cio de Carvalho Soares (PR), teve o mandato cassado em agosto por distribuir dentaduras e dentes posti�os (roach) e pagar cirurgias eletivas e exames m�dicos para os eleitores com cheques da prefeitura. De acordo com a Justi�a Eleitoral, Carlos Vin�cio criou um programa dent�rio faltando apenas dois meses para o pleito de outubro. Ele permanece no cargo porque ainda n�o houve decis�o da corte do Tribunal Regional Eleitoral de Minas (TRE-MG).
Al�m de oferecer dinheiro e prometer emprego para os eleitores, em Cai�ara do Norte, no Rio Grande do Norte, o ex-prefeito Alcides Fernandes Barbosa (PP) trocava votos por certificado de registro de pescadores. Segundo a Justi�a Eleitoral, os membros da coliga��o elaboraram um esquema para beneficiar esses eleitores. Eles mudavam o n�vel das carteiras dos pescadores, garantindo mais vantagens e direitos. O esquema foi confirmado com depoimentos e provas documentais apresentadas pelas testemunhas. Foi constatado ainda que quem distribu�a o dinheiro e fazia as ofertas de emprego era o irm�o do prefeito. A elei��o extempor�nea no munic�pio est� marcada para 3 de novembro.
No mesmo dia, os eleitores de Palestina do Par�, no Par�, voltam �s urnas para escolher um novo prefeito. A ex-gestora da cidade, reeleita em outubro do ano passado, Maria Ribeiro (PSDB), perdeu o cargo porque teria comprado eleitores com sacos de cimento e dinheiro. Em um depoimento � Justi�a Eleitoral, Luiz Gouveia Lima afirmou ter recebido 10 sacos de cimento e que depois disso resolveu votar na ent�o candidata. J� outra testemunha, Mariano Janu�rio de Amorim, afirmou que recebeu R$ 1 mil para votar em Maria Ribeiro.
O prefeito de Tabatinga, no interior de S�o Paulo, distribuiu das mais variadas benesses para garantir sua elei��o. Cestas b�sicas, medicamentos, adiantamento de exames do Sistema �nico de Sa�de (SUS), estufa, freezer, churrasco e gasolina foram dados a eleitores em troca de voto. Ele ainda teria pago a uma eleitora R$ 500 para que ela retirasse adesivos do candidato advers�rio e colocasse adesivos de apoio pol�tico. Para a Igreja Mundial de Tabatinga, ele doou R$ 3,7 mil para a reconstru��o do forro.
Na sede tamb�m de uma igreja evang�lica, policiais militares do munic�pio carioca Paulo de Frontin (RJ), depois de receber uma den�ncia, flagraram a entrega de material de constru��o. A compra de voto foi atribu�da ao prefeito eleito, Marco Aur�lio S� Pinto Salgado (PMN), que foi cassado em setembro. Sacos de cimento tamb�m teriam sido distribu�dos aos eleitores dos distritos de Paulo de Frontin, num esquema que envolveria o comit� eleitoral de Marco Aur�lio e uma loja de material de constru��o. O segundo colocado, Jo�o Carlos do Rego Pereira (PDT), e seu vice, Helv�cio Lavinas Lago (PPS), assumiram os cargos.
Reforma A compra de votos foi transformada em crime sujeito � cassa��o e decreta��o de inelegibilidade por causa de uma lei de iniciativa popular que completou em 2013 16 anos de vig�ncia, lembra o coordenador do Movimento de Combate � Corrup��o Eleitoral (MCCE), juiz eleitoral Marlon Reis. Segundo ele, al�m de punir essa pr�tica, a lei tamb�m tornou mais rigoroso o combate � corrup��o eleitoral. Para coibir ainda mais esse crime, Marlon Reis acredita que � preciso uma reforma que fortale�a o sistema pol�tico partid�rio e amplie a participa��o popular. O coordenador do MCCE defende tamb�m o fim do financiamento privado para conter o “dinheiro f�cil que circula nas campanhas”.
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sacos de cimento teriam sido pagos pela prefeita de Palestina do Par� para ter o voto dos eleitores