(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Dilma v� "profecia" de marqueteiro se desfazer

A recupera��o de Dilma foi parcial e est� empacada h� dois meses


postado em 03/11/2013 08:25 / atualizado em 03/11/2013 09:29

Nos �ltimos quatro meses, a presidente Dilma Rousseff lan�ou novos programas, viajou mais pelo Pa�s, denunciou a espionagem dos Estados Unidos em discurso na ONU, distribuiu m�quinas a centenas de prefeitos e fez tr�s pronunciamentos em rede nacional de televis�o - mas nem assim concretizou a previs�o de seu marqueteiro, Jo�o Santana, de que at� novembro recuperaria a popularidade perdida na onda de protestos de junho.

A recupera��o de Dilma foi parcial e est� empacada h� dois meses - depois que a avalia��o positiva do governo desabou, entre junho e julho, houve uma leve melhora, em agosto, mas desde ent�o nada mudou. Al�m disso, houve um acirramento de posi��es: diferentes segmentos da sociedade - jovens e velhos, ricos e pobres - nunca divergiram tanto sobre a gest�o da presidente.

Pesquisa Ibope feita na primeira quinzena de junho, antes que os protestos contra aumentos nas tarifas de �nibus ganhassem car�ter nacional, mostrou que 55% dos brasileiros consideravam o governo bom ou �timo. Um m�s depois, a taxa caiu para 31%. Em termos absolutos, o n�mero de eleitores satisfeitos com a gest�o passou de 77 milh�es para 43,5 milh�es - uma queda de 33,5 milh�es em 30 dias.

Em agosto, depois de Dilma responder � press�o das ruas com o lan�amento de “cinco pactos a favor do Brasil”, a avalia��o positiva do governo subiu sete pontos porcentuais - � como se 10 milh�es de brasileiros recuassem de sua postura de animosidade. Mas 23,5 milh�es n�o voltaram para o ninho governista - nem em agosto, nem em setembro, nem em outubro.

Nesse contingente que n�o se deixou convencer pelas pol�ticas de Dilma e pelo marketing de Jo�o Santana, h� eleitores de todos os tipos, mas alguns segmentos se destacam: os mais jovens, os mais escolarizados, os de renda mais alta e os moradores de munic�pios m�dios e grandes.

Quest�o de idade


Em junho, a taxa de aprova��o ao governo era quase igual entre os eleitores de at� 24 anos (57%) e os de mais de 55 anos (58%). Os protestos de rua acabaram com essa sintonia. A pesquisa Ibope de outubro mostrou aprova��o de 45% entre os mais idosos e de apenas 32% entre os mais jovens. Ou seja, Dilma perdeu quase metade de seus simpatizantes entre os mais novos, e um quinto do apoio entre os mais velhos.

La�s Santos, de 18 anos, disse que j� teve “simpatia” pelo governo, mas participou dos protestos de rua e hoje se alinha aos cr�ticos de Dilma Rousseff. Estudante universit�ria e moradora de Gua�ba, na regi�o metropolitana de Porto Alegre, ela se enquadra em todos os segmentos mais propensos a resistir ao cortejo governista.

Apesar de ressalvar que tem poucas refer�ncias em rela��o ao passado, La�s acha que “as condi��es de vida melhoraram nos �ltimos anos”, o que n�o a impede de apontar problemas na condu��o do Pa�s. A universit�ria afirma que a corrup��o na administra��o p�blica chama a aten��o: “Os esc�ndalos est�o enraizados e podem ser maiores do que os que aparecem na m�dia”. E reclama do transporte p�blico, que passou a usar com frequ�ncia para ir e voltar da faculdade.

No caso da estudante, o afastamento em rela��o ao governo n�o significa alinhamento � oposi��o. “Se eu disser que n�o estou contente (com o governo), pode parecer que esteja contente com a oposi��o, mas n�o gostaria que ela assumisse.”

Bolso


A divis�o do eleitorado por renda mostra que Dilma se recuperou apenas nas faixas mais pobres. Em junho, a presidente era avaliada positivamente por 13,7 milh�es de brasileiros que ganham at� um sal�rio m�nimo. Em julho, esse n�mero havia ca�do para menos da metade, mas, at� outubro, passou para 12 milh�es (88% do patamar inicial).

No segmento que recebe de um a dois sal�rios m�nimos, Dilma colhe outro bom resultado: j� � aprovada por 75% do contingente que, em junho, via o governo como “bom ou �timo”. Mas o quadro � outro nas faixas de renda acima de dois sal�rios m�nimos - nelas, a aprova��o a Dilma continua a cair, em vez de se recuperar.

Outro p�blico que se afastou de Dilma e n�o mostra disposi��o para “reatar” com a petista � o que tem curso superior. A presidente perdeu metade do apoio que tinha nesse segmento: em junho, era de 48%, e em outubro chegou a 25%.

A recupera��o da presidente tem ritmos distintos segundo a regi�o pesquisada. No Nordeste, o porcentual que considerava o governo �timo e bom era de 53% em outubro, 13 pontos porcentuais abaixo do resultado de junho. No Nordeste/Centro-Oeste, Dilma ainda est� 23 pontos abaixo do que tinha antes da onda de protestos. A previs�o de que o governo levaria quatro meses para se recuperar foi feita pelo marqueteiro Jo�o Santana, em e-mail enviado no fim de junho a integrantes do governo e do PT. Santana foi procurado pelo Estado para analisar as �ltimas pesquisas, mas n�o respondeu �s tentativas de contato.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)