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Estado de Minas HONRAS QUE FICARAM PARA TR�S

Restos mortais de Jo�o Goulart ser�o recebidos com gl�rias de chefe de Estado em Bras�lia

Em um momento de repara��o hist�rica, os restos mortais do ex-presidente Jo�o Goulart, deposto pelos militares em 1964, ser�o recebidos em Bras�lia com gl�rias de chefe de Estado


postado em 10/11/2013 06:00 / atualizado em 10/11/2013 08:03

João Goulart no discurso de posse: ex-presidente foi enterrado às pressas, em 1976, sem nenhuma homenagem(foto: Arquivo EM/D.A Press)
Jo�o Goulart no discurso de posse: ex-presidente foi enterrado �s pressas, em 1976, sem nenhuma homenagem (foto: Arquivo EM/D.A Press)

Bras�lia – Quase 50 anos depois da deposi��o do presidente Jo�o Goulart pelo golpe militar de 1964, um cap�tulo da hist�ria brasileira ser� recontado. Na pr�xima quinta-feira, de volta � capital federal, Jango receber� as homenagens f�nebres como chefe de Estado que lhe foram negadas em 1976, ap�s morrer, aos 57 anos, no ex�lio na Argentina. Enterrado �s pressas na sua cidade natal – S�o Borja (RS) –, sem realiza��o de aut�psia e sob as vistas contrariadas de autoridades militares, o caix�o de Jango ser� desenterrado na quarta-feira, e os restos mortais levados para Bras�lia. Ser�o recebidos com honras militares pela presidente Dilma Rousseff, na base a�rea do aeroporto internacional de Bras�lia.


“� um momento hist�rico da maior import�ncia. O procedimento investigativo �, de um lado, a busca da verdade pela fam�lia e pela na��o. Do outro, � a realiza��o de um ato de justi�a, j� que o �nico presidente que morreu no ex�lio n�o recebeu nenhuma homenagem especial”, afirma a ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Ros�rio. De acordo com ela, a orienta��o da presidente � preparar esse ato com respeito pleno � figura hist�rica de Jango.

Do aeroporto de Bras�lia os despojos v�o para o Instituto Nacional de Criminal�stica da Pol�cia Federal, para dar in�cio aos trabalho que tentar�o comprovar a causa da morte. A suspeita � de que o ataque card�aco que vitimou Jango, conforme aponta o laudo oficial, foi provocado pela ingest�o de subst�ncia misturada criminosamente aos medicamentos que tomava em virtude de problemas card�acos. Sua morte teria sido uma a��o de agentes da Opera��o Condor, uma alian�a pol�tico-militar entre os regimes militares ditatoriais do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai e Bol�via, que atuou nas d�cadas de 1980 e 1990 para perseguir os opositores.

Amostras No dia da exuma��o, estar�o presentes autoridades, os peritos convocados e familiares. Mas s� poder�o ficar pr�ximos ao jazigo os especialistas do Brasil, da Argentina, do Uruguai e de Cuba, respons�veis pelos exames e an�lises do material, e o filho do ex-presidente Jo�o Marcelo Goulart, que � m�dico. A participa��o do perito cubano Jorge Perez Gonzalez foi uma solicita��o dos familiares. Reitor da Faculdade de Medicina de Cuba, Perez participou da exuma��o do revolucion�rio venezuelano Sim�n Bolivar e do argentino Che Guevara.

Amostras ser�o encaminhadas a laborat�rios internacionais para verificar a presen�a de subst�ncias estranhas ou em excesso que podem ter provocado a morte do ex-presidente. Mesmo que os laudos n�o sejam conclusivos sobre a causa da morte, fragmentos ser�o guardados para eventual retomada do caso no futuro, com o desenvolvimento da tecnologia. A ministra Maria do Ros�rio explica que, caso n�o seja poss�vel comprovar o assassinato do ex-presidente, permanecer�o os ind�cios com base em documenta��o e depoimentos de testemunhas de que, mesmo estando no ex�lio, Jango foi monitorado e perseguido pelas ditaduras do Cone Sul.

O processo de exuma��o dos restos mortais do ex-presidente teve in�cio em 2007, quando os familiares solicitaram a reabertura das investiga��es sobre sua morte ao Minist�rio P�blico Federal. Ap�s o arquivamento do caso pelo �rg�o, eles recorreram � Secretaria dos Direitos Humanos. Eles se basearam em revela��es feitas por M�rio Neira Barreiro, ex-agente da ditadura uruguaia, preso em Porto Alegre, que garantiu que Jango foi morto pela Opera��o Condor. A exuma��o foi determinada em abril do ano passado pela Comiss�o Nacional da Verdade, criada pela presidente Dilma.

 

Jazigo vistoriado

A sepultura de Jango permanece intocada desde 1976, segundo o governo. Peritos j� estiveram no cemit�rio em agosto deste ano inspecionando o local, tirando medidas e coletando informa��es sobre o jazigo, que � da fam�lia. No caso de Jango, n�o houve a tradicional exuma��o do cad�ver que ocorre, em geral, a partir do quinto ano ap�s o enterro para acomoda��o dos restos mortais em sepulturas menores e definitivas. O jazigo onde est� o caix�o do ex-presidente tem tr�s metros de profundidade e duas galerias. De um lado est�o Jango e sua mulher. Do outro, sua irm� Neuza Brizola e o marido e ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola.

Os peritos verificaram, no entanto, que h� sinais de infiltra��o por �gua de chuvas, o que pode comprometer a integridade do material que precisa ser coletado para as per�cias. A equipe respons�vel pela exuma��o, composta de peritos brasileiros e tamb�m da Argentina, do Uruguai e de Cuba, j� providenciou um caix�o um pouco maior que o do ex-presidente, para, se poss�vel, acomod�-lo integralmente e, assim, evitar altera��o do estado em que forem encontrados os despojos. Caso n�o tenha condi��es de retir�-lo sem desfazer a estrutura do caix�o, os restos mortais ser�o acomodados em uma caixa.
 


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