A Comiss�o Municipal da Verdade de S�o Paulo est� preparando um documento para pedir que a causa da morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek seja reconsiderada. O relat�rio ser� entregue � Comiss�o Nacional da Verdade (CNV). “Com os ind�cios que n�s temos vamos pedir que a CNV abra procedimento para considerar o assassinato de JK”, afirma o vereador Gilberto Natalini (PV-SP). O desejo da comiss�o � fazer semelhante ao que foi feito com o jornalista Vladimir Herzog, que somente em mar�o deste ano teve um atestado de �bito afirmando que ele foi morto pela ditadura e n�o se suicidou, como os militares tentaram forjar, em 1975.
Diversas frentes tentam desvendar o quebra-cabe�a que pode ter levado � morte de JK – em S�o Paulo, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e na pr�pria CNV. O ex-presidente morreu em um acidente em 22 de agosto de 1976, quando o Chevrolet Opala dirigido pelo motorista Geraldo Ribeiro teria sido fechado por um �nibus da Via��o Cometa, perdido o controle, atravessado a pista – no quil�metro 165 da Rodovia Presidente Dutra, pr�ximo a Resende (RJ) – e sido atingido por uma carreta Scania.
Tanto a comiss�o paulista quanto a da Assembleia j� escutaram o depoimento do motorista do �nibus da Via��o Cometa, Josias Nunes, que contou ter recusado uma mala de dinheiro oferecida por dois homens que foram de motocicleta � sua casa para que ele assumisse o suposto crime. “Queriam que eu me declarasse culpado e disseram que, se eu n�o pegasse o dinheiro, bateriam em mim”, afirmou.
Al�m do motorista e do perito aposentado, a Comiss�o da Verdade paulista vai ouvir nos pr�ximos dias Ademar Jahn, que dirigia uma carreta atr�s da que se chocou com o Opala em que estava JK. Segundo Natalini, o motorista da carreta j� afirmou ter visto Geraldo Ribeiro atravessando o canteiro da Via Dutra debru�ado sobre o volante, o que refor�a a tese de que ele foi atingido por um tiro.
Natalini quer ainda fazer uma nova per�cia t�cnica no fragmento met�lico encontrado no cr�nio de Geraldo Ribeiro durante a exuma��o de 1996. � �poca, o objeto foi analisado e o laudo da Secretaria de Seguran�a P�blica de Minas Gerais concluiu que o metal era “fragmento de prego enferrujado e corro�do” que se desprendeu do caix�o.