
O ex-motorista Josias Nunes de Oliveira, 69 anos, que chegou a ser indiciado pelo acidente que matou Juscelino Kubistschek reafirmou, nesta segunda-feira, que n�o houve colis�o com o carro que levava o ex-presidente. Ele disse, durante depoimento � Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que foi coagido na �poca a assumir que o �nibus que dirigia bateu no Opala de JK. Ap�s ser inocentado pela Justi�a, Josias tornou-se pe�a-chave no caso. No depoimento de hoje, ele contou que o delegado respons�vel pelo caso tentou convenc�-lo a assumir a responsabilidade pelo acidente. Ele tamb�m relembrou que outros dois homens tentaram suborn�-lo com uma mala de dinheiro. “Depois disso minha vida acabou. Simularam tinta no ve�culo em que estava o ex-presidente na lataria do �nibus e, com isso, fui indiciado pelo acidente”, contou aos parlamentares.
Al�m da comiss�o da Assembleia de Minas, o assunto vem sendo debatido na C�mara de S�o Paulo e no Rio. Com base nos depoimentos e per�cias que constam nos autos do processo os parlamentares tentam agora comprovar que n�o se trata de acidente, mas um atentado. De acordo com o presidente da Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia de Minas, deputado Durval �ngelo (PT), o pedido da nova audi�ncia ser� feito � Comiss�o Nacional da Verdade. “Eu vou requerer uma audi�ncia p�blica, em Diamantina, com a Comiss�o Nacional da Verdade para que seja declarado o assassinato de JK”, afirmou. Na reuni�o de hoje tamb�m foi aprovado o envio das notas taquigr�ficas da reuni�o para �s comiss�es da Verdade Nacional, Estadual e do Rio de Janeiro.
Ainda conforme o motorista, que voltou a contar a hist�ria, ele teria passado com o �nibus logo ap�s o acidente, mas que, ao perceber que os ocupantes do ve�culo estavam mortos, seguiu viagem com os 33 passageiros.
O corpo do motorista de JK, Geraldo Ribeiro, enterrado no Cemit�rio da Saudade, em Belo Horizonte, foi exumado em 1996 e a per�cia constatou que o fragmento met�lico encontrado em seu cr�nio era um prego do caix�o. No entanto, o fato levantou suspeitas e a especula��o � que se trata de um proj�til de bala, o que pode confirmar as hip�teses levantada de que se trata de um atentado. O Governo de Minas j� acatou o pedido para que seja feita nova per�cia no corpo de Geraldo.
Kubitschek morreu em agosto 1976 ap�s um acidente de carro. O ex-presidente viajava de S�o Paulo para o Rio num Opala dirigido pelo seu motorista, Geraldo Ribeiro, que tamb�m morreu, depois de perder o controle e se chocar com uma carreta. Conforme a hist�ria conhecida e divulgada na �poca , Josias Oliveira dirigia o �nibus 1.348 da Via��o Cometa que teria feito o motorista de JK perder o controle do Chevrolet Opala em uma curva da Rodovia Presidente Dutra, em Resende (RJ), e colidir de frente com uma carreta.
Os dois ocupantes do autom�vel morreram. Juscelino tinha 73 anos. Dois anos antes do acidente, havia recuperado os direitos pol�ticos cassados logo ap�s o golpe militar de 1964 - ele era senador por Minas. A hip�tese de atentado contra JK alega que o ex-presidente seria visto como “amea�a” por setores do regime e, por isso, teria sido “eliminado”.