A presidente Dilma Rousseff participa no in�cio da tarde desta quinta-feira, em Bras�lia, da solenidade de recep��o dos restos mortais do ex-presidente Jo�o Goulart. Antes da cerim�nia, na Base A�rea de Bras�lia, Dilma comentou em conta do Twitter, que “hoje � um dia de encontro do Brasil com a sua hist�ria”. A presidente destacou ainda que Jo�o Goulart, Jango, � “ �nico presidente a morrer no ex�lio, em circunst�ncia ainda a serem esclarecidas por exames periciais”.
Suspeita de assassinato
Os restos mortais do expresidente Jango foram exumados nessa quarta-feira. O objetivo da exuma��o � determinar se o ex-presidente foi realmente v�tima de um infarto, como diz a vers�o oficial, ou se foi assassinado por agentes da Opera��o Condor, organizada por ditaduras militares latino-americanas para exterminar opositores pol�ticos.
Depois de complica��es no processo de exuma��o, o procedimento para a retirada do caix�o com os restos mortais de Jango, em S�o Borja (RS), foi iniciado nessa quarta-feira por volta das 8h, com a retirada da tampa de pedra do jazigo da fam�lia Goulart, que pesa cerca de 300 quilos.
Al�m de familiares do ex-presidente, a exuma��o foi acompanhada pelos ministros Jos� Eduardo Cardoso (Justi�a) e Maria do Ros�rio (Direitos Humanos). O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), tamb�m esteve presente.
Dificuldades
As dificuldades come�aram por volta das 13h, quando a equipe de peritos constatou que o caix�o do ex-presidente estava �ntegro. A equipe optou por retirar e armazenar os gases de dentro do f�retro, o que foi feito por meio de uma sonda e levou cerca de tr�s horas. O perito Amaury de Souza J�nior, chefe da equipe, explicou que os gases ser�o analisados em laborat�rio, pois existe a possibilidade de encontrar subst�ncias que estavam no corpo. Amaury ressaltou que a exuma��o � parte de um processo que vinha sendo planejado com grande anteced�ncia. “S�o seis meses de trabalho de especialistas brasileiros e estrangeiros. Isso n�o come�a hoje, nem termina amanh�. A exuma��o representa s� uma etapa", disse ele.
No fim da tarde dessa quarta-feira, a ministra Maria do Ros�rio disse que os atrasos no processo de exuma��o se devem ao cumprimento estrito das normas internacionais para o tema. Ela ressaltou que os peritos trabalharam ininterruptamente desde o in�cio das atividades. Durante a entrevista, o m�dico-legista cubano Jorge Caridad Perez, que participou da exuma��o do corpo de Ernesto Che Guevara, disse que o processo poderia se estender at� a manh� de hoje. “N�o estamos tendo nenhuma dificuldade, este � o tempo do processo”, disse ele.
O cemit�rio permaneceu isolado sob forte esquema de seguran�a da PM ga�cha durante todo o dia. Do lado de fora, manifestantes portavam cartazes pedindo puni��o para torturadores e condenando o regime militar. “N�s estamos realizando um trabalho bastante dedicado, seguindo protocolos t�cnicos. O cumprimento desses protocolos � a garantia de um procedimento que possa oferecer resultados mais confi�veis. N�s j� cont�vamos com isso desde o in�cio”, disse Maria do Ros�rio.