A Pol�cia Federal identificou e ouviu nessa sexta-feira o suspeito de ter fraudado o sistema de controle de imigra��o do aeroporto de Guarulhos ao incluir o nome do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato na lista de embarque para a It�lia no dia 20. O documento da PF mostrava que Pizzolato teria deixado o Brasil em um voo, na quarta-feira, com destino � Europa. De acordo com o documento, ele teria passado pela alf�ndega �s 14h38. No registro da imigra��o, o nome do ex-banqueiro, que est� foragido da pol�cia, aparece com a grafia errada: "Pizzolatoo". Na quinta-feira, a PF informou que a suspeita era de que um policial do �rg�o teria forjado o documento, como parte dos protestos que t�m ocorrido na institui��o por melhores sal�rios. O �rg�o, entretanto, destacou que s� vai se pronunciar quando o inqu�rito for conclu�do. O prazo � de 30 dias, a contar da data em que as investiga��es foram iniciadas (21 de novembro), prorrog�vel por per�odo indeterminado.
As investiga��es contra Pizzolato ser�o abertas em duas situa��es: se o governo brasileiro pedir extradi��o ou se a Interpol o capturar. O nome do ex-diretor do Banco do Brasil foi inclu�do na lista da pol�cia internacional na segunda-feira. O especialista em direito internacional e professor da Universidade de Bras�lia (UnB) Carlos Roberto Pelegrino explica que o fato de ele estar entre os procurados da Interpol n�o significa que a pol�cia vai sair em busca dele. “N�o precisa procurar porque sabe onde ele est�. Ele tem uma ficha e, estando na It�lia, n�o pode ser extraditado. Ele � um cidad�o livre”, enfatiza.
Em nota ao Estado de Minas, a Interpol reitera que n�o conduz investiga��es. Afirma ainda que muitos dos seus membros consideram o alerta vermelho um requisito v�lido para pris�es tempor�rias, especialmente quando est�o ligados por acordos de extradi��o. “Nesses casos, quando as pris�es s�o feitas com base no alerta vermelho, costumam ser feitas pela pol�cia local”, justifica. Pelegrino, entretanto, destaca que o Brasil e a It�lia n�o possuem este tipo de acordo. “Mas isso n�o impede que ele seja extraditado, com aval da It�lia”, pontua o professor.
De acordo com Pelegrino, a situa��o de Pizzolato � a mesma de Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, condenado a 13 anos de pris�o em 1999, por gest�o fraudulenta. Ele foi preso, mas recebeu um habeas corpus e fugiu para a It�lia. O Brasil pediu a extradi��o de Cacciola, que foi negada. O governo italiano alegou que n�o extraditava nacionais italianos. O caso � semelhante ao de Pizzolato, que tem dupla nacionalidade. O ex-dono do Banco Marka s� foi detido em 2008, quando estava passando uns dias em M�naco. (Colaboraram Julia Chaib e �tore Medeiros)
Fogo amigo
O ex-governador do Rio Grande do Sul Ol�vio Dutra defendeu a pris�o dos petistas condenados no processo do mensal�o e disse que n�o cr� que o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) tenha sido pol�tico. “Funcionou o que deveria funcionar. O STF julgou e a Justi�a determinou a pris�o, ent�o, cumpra-se a lei”, analisou Dutra. Um dos fundadores do PT e ministro das Cidades no primeiro governo Lula, Dutra classificou o desfecho da A��o Penal 470 como uma resposta aos processos de corrup��o que, historicamente, “permeiam a pol�tica nacional”. Dutra disse que respeita a hist�ria pol�tica dos petistas Jos� Dirceu e Jos� Genoino, mas ressalvou que o passado de combate � ditadura militar n�o abona condutas il�citas.