O ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva voltou a intervir e levou o diret�rio do PT fluminense a adiar - sem nova data definida - o desembarque petista do governo S�rgio Cabral Filho (PMDB), que, segundo combinado anteriormente, seria oficializado nesta sexta-feira, 29. Depois de uma quinzena marcada por movimenta��o do Pal�cio Guanabara, ex-presidente pediu o adiamento diretamente ao senador Lindbergh Farias, pr�-candidato da legenda � sucess�o estadual. Sem alternativa, o parlamentar aceitou, mas integrantes do seu grupo pol�tico asseguram que manteve a disposi��o de levou o PT a sair do governo Cabral ainda em dezembro, para preparar a candidatura.
Na quarta-feira, houve mais um sinal. Um dirigente nacional do PT avisou ao grupo de Lindbergh que � poss�vel que tentem rever a candidatura pr�pria.
Para o governo Cabral, que desde as manifesta��es de junho vive uma crise de popularidade - a �ltima pesquisa Ibope o mostrou com apenas 18% de avalia��o boa e �tima, 34% de aprova��o e 58% de desaprova��o -, a sa�da do PT poderia piorar o cen�rio. Seu pr�-candidato, o vice-governador Luiz Fernando Pez�o, aparece na sondagem em sexto lugar nas inten��es de voto, com 4% nas inten��es de voto, empatado com o novato Bernardinho, do PSDB. O adiamento da decis�o pode ser interpretado como uma vit�ria do governador, que, em conversas com o partido, j� insistiu que a discuss�o da candidatura pr�pria fosse adiada para junho de 2014 o que virtualmente inviabilizaria a candidatura pr�pria.
Na �ltima semana, os secret�rios petistas Carlos Minc (Ambiente) e Zaqueu Teixeira (Direitos Humanos) e o l�der do PT na Assembleia Legislativa, Andr� Ceciliano, foram questionados pelo governo sobre a iminente sa�da. Responderam que o assunto j� estava decidido. Por isso, a interven��o de Lula gerou, no grupo de Lindbergh, desconfian�as sobre uma poss�vel a��o do pr�prio governador, junto ao ex-presidente, para lev�-lo a agir.
Novela
A discuss�o sobre a sa�da do PT do governo Cabral j� dura meses - pelo menos desde julho se fala no assunto. Inicialmente, o grupo de Lindbergh tentou marcar para 4 de agosto uma reuni�o da executiva para agendar o encontro do diret�rio regional que discutiria o assunto. Mas n�o foi poss�vel: houve press�es do presidente nacional do PT, Rui Falc�o, sobre o regional, Jorge Flor�ncio, e o encontro foi desmobilizado. Cerca de dez dias depois, Lindbergh, em reuni�o com outros petistas, acertou uma data para a reuni�o do diret�rio que oficializaria a sa�da (6 de outubro) e combinou que tentaria uma "sintonia com Lula" para marc�-la. O ex-presidente, por�m, n�o gostou.
"Que pressa � essa?", perguntou a Lindbergh. Depois, em conversa telef�nica com o senador e pr�-candidato, pediu cautela. "Vamos conversar. Acho que voc� est� muito apressado. Vai devagar". J� ent�o, Lula mostrava ser favor�vel a que o PT ficasse no governo at� dezembro. Na �poca, especulava-se que Cabral renunciaria ao cargo no fim de 2014, para que Pez�o assumisse e pudesse trabalhar sua imagem. Isso, contudo, parece afastado.
O PT local acabou fechando a data de 30 de novembro para a reuni�o do diret�rio regional. O objetivo era evitar que a discuss�o se misturasse ao Processo de Elei��o Direta (PED) das dire��es petistas, ent�o em curso. Em reuni�o em 11 de outubro com Falc�o, chegou a ficar acertado que a data da reuni�o seria dia 25 de novembro, dia seguinte ao segundo turno petista. Mas o partido acabou voltando a fixar 30 de novembro - data que, ap�s o pedido de Lula, vai servir apenas para discutir a quest�o, mas n�o para decidi-la.